Dormindo com o inimigo

08/05/2017 08:00

O colchão, grande amigo e aliado numa noite de sono, pode, como tudo na vida, se transformar num grande vilão. Pesquisas revelam as drásticas consequências ocasionadas pelo uso inadequado de um colchão. O fato de passarmos um terço de nossas vidas sobre um colchão e que, por noite, mudamos de posição, em média, sete vezes (12 vezes pode ser o ideal), torna importantíssima a preferência por um colchão adequado.

 O colchão ideal é aquele que sustenta e suporta todo o peso de um corpo e lhe proporciona conforto. Em suma, deve ser intermediário entre duro e mole, ou seja, firme e flexível. A partir de 2014, no Brasil, passou a ser obrigatória a certificação pelo Inmetro de todos os colchões. Nenhum fabricante de colchões poderá fabricar sem antes garantir o selo compulsório para cada colchão. Estudos mostram que, por ano, pode aumentar em 20% a massa de um colchão de espuma devido o acúmulo de poeira, pele morta, fungos (originados por suor e umidade), carcaças e fezes de ácaros, entre outros fatores.

 Em média, a durabilidade de um colchão de espuma ou de molas é de três anos. Ao atingir 60 anos, uma pessoa já passou em média 20 anos de sua vida deitada em um colchão. Ou seja, o ser humano dorme um terço do  tempo de sua existência, considerando que em geral as pessoas dormem cerca de oito horas por dia. Várias pesquisas apontam que 90% dos problemas de dores de cabeça, torcicolos, dores na nuca, dores lombares e musculares são decorrentes de noites mal dormidas em colchões inadequados. Observe! A verdade está nas coisas simples. Qual é a melhor posição para ter uma boa noite de sono e manter a saúde da coluna?

 Como usar o colchão ideal? E o travesseiro? Uma boa noite de sono não apenas nos traz bom humor e tranquilidade para enfrentar o cotidiano como influi diretamente na saúde da coluna. O colchão a ser usado deve estar de acordo com o biotipo de cada pessoa. Uma informação que serve de parâmetro, é que o Inmetro aconselha o colchão de espuma flexível de poliuretano, de densidade 33, como o mais adequado para o biotipo do brasileiro. O ideal mesmo é experimentar o colchão. Um teste simples de ser feito é deitar e rolar o corpo: se você conseguir se movimentar rápido, o colchão é mais firme e próximo ao adequado; caso contrário, indica que ele é mole demais. Quem dorme em colchão de casal deve considerar sempre o corpo que for mais pesado. Não convém continuar dormindo em um colchão que não esteja em bom estado. E quando se deve trocar o colchão?

 Observe o prazo de validade e se existe alguma deformidade na sua superfície. Além dos incômodos, um colchão velho pode causar doenças como cifose e lordose. É importante lembrar que a coluna vertebral não é dura ou mole; é firme, flexível. É muito comum a pessoa dormir de mau jeito ou por um movimento brusco ficar com dor localizada ou com aquela dor mais forte, irradiada pela musculatura na região dorsal. Se a pessoa costuma dormir de barriga para cima, o travesseiro deve ser macio e fino, apenas para preencher o espaço entre a nuca e o colchão.

 Se a pessoa tem o hábito de dormir de lado, o melhor é o travesseiro com altura suficiente para preencher o espaço entre a cabeça e o colchão, criado pelo ombro. É contraindicado dormir de bruços (de barriga para baixo). Melhor dormir de costas ou de lado, na posição fetal. De costas, isto é de barriga para cima, o travesseiro para apoiar a cabeça pode ser fino, considerando a altura dos glúteos. Na posição fetal, o uso de dois travesseiros pequenos podem trazer mais conforto: um para ser colocado entre os joelhos e outro para  abraçar, dando maior apoio para os braços. Na cama, relaxe e tenha bons sonhos!

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