Dragagem de rios no Centro vai custar quase R$ 2 milhões

26/02/2016 10:00

A Prefeitura de Petrópolis deu início na última terça-feira à dragagem dos rios do Centro Histórico. O investimento de quase R$ 2 milhões com recursos próprios do município acabou chamando atenção de quem leu a reportagem, divulgada pelo próprio órgão, sobre o serviço realizado. São três grandes máquinas, dez caminhões e cerca de 50 funcionários mobilizados na ação que deveria ter sido feita pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea) antes da chegada da chuva. 

A limpeza dos rios é sim um grande investimento, o problema é que na cidade há outras demandas que por muitos são vistas como prioridades como, por exemplo, a capina, que acabou ficando atrasada em vários bairros da cidade, conforme noticiado pela Tribuna ao longo dos últimos meses. Em alguns bairros a situação continua crítica. Em localidades das regiões de Pedro do Rio e Posse o mato ainda toma conta das calçadas e obriga os pedestres a transitar no meio da rua. 

Além disso, algumas pequenas localidades como a Estrada do Xingu, no Bairro Nossa Senhora de Fátima, continuam com acesso muito ruim e muitos moradores só conseguem chegar em casa a pé, porque a via tem trechos intransitáveis, onde nem mesmo motocicletas conseguem passar devido aos buracos provocados pela erosão. 

Na Estrada do Paiolinho, em Pedro do Rio, na parte mais alta, na divisa com o Taquaril, também há alguns problemas ainda oriundos das chuvas de janeiro. Apesar da limpeza feita pela Prefeitura há algumas semanas, com as chuvas intensas que têm afetado o bairro, a via voltou a encher de lama. 

Apesar desses problemas, que são só algumas das inúmeras prioridades de várias comunidades de Petrópolis, a dragagem dos rios foi considerada também uma demanda importante, porque, segundo a própria prefeitura, a medida possibilitará o aumento da capacidade de vazão dos rios, reduzindo assim as inundações e os transtornos causados pelas fortes chuvas. Desde a segunda quinzena de janeiro, com as chuvas fortes que atingiram principalmente os distritos. O órgão frisou também que vem realizando o serviço em Pedro do Rio, em localidades como Vila Rica e Secretário, que também foram atingidos pela chuva. “Esse é todo um trabalho que estamos fazendo de prevenção de inundações no primeiro distrito, reduzindo o impacto das chuvas do verão. O objetivo é dar mais conforto à população. Em Pedro do Rio, já atuamos na resposta às chuvas que atingiram a região. Lamentamos que, em todo esse processo, o Inea (Instituto Estadual do Ambiente) não esteve presente. Desde 2015, encaminhamos diversos ofícios ao órgão, solicitando o serviço, mas até hoje não tivemos resposta. O Inea não realizou a dragagem dos rios de Petrópolis em todo o ano passado e ainda não o fez em 2016”, disse o prefeito Rubens Bomtempo.

O primeiro lugar a contar com o serviço foi a Praça da Confluência, próximo ao Palácio de Cristal, no Centro. Depois disso, a limpeza será realizada no Rio Quitandinha, próximo à Praça Dom Pedro, e no Rio Palatinato, na altura da Rua Souza Franco, em pontos considerados críticos pela prefeitura. “Também faremos no Rio Piabanha até a Duarte da Silveira e em vários outros pontos do Centro da cidade, de acordo com a demanda pelo serviço”, disse o secretário de Obras, Jorge Maia “Bolão”.

Questionada sobre o custo do serviço de dragagem, que chega a quase R$ 2 milhões, e também sobre a possível utilização desses recursos em outras áreas da cidade, que possuem maiores demandas, a Prefeitura de Petrópolis não nos respondeu até o fechamento dessa reportagem.


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