Duas posses, duas pérolas

09/12/2023 08:00
Por Afonso Vaz

A Academia Petropolitana de Letras encontra-se exultante, vez que acaba de receber em seus quadros dois novos membros que passarão a integrá-la para honra e glória da instituição.

No dia vinte e oito de novembro p.p. foi a vez do poeta, escritor, ator e músico Marco Aurêh, notável figura que preencheu com brilhantismo todas as condições de modo a vir a ocupar a cadeira número 38 da instituição centenária.

Os trabalhos foram abertos sob a égide do Diretor de Protocolo e Relações Públicas, o acadêmico Fernando Costa, que fez cumprir, com a primazia de sempre, os regramentos iniciais de praxe, justamente para anunciar aos presentes o início da sessão.

Terminada sua intervenção, prosseguiu com a apresentação dos acadêmicos que integravam à Mesa Diretora, nominando-os na ordem hierárquica.

Em seguida, foram convidados os acadêmicos Gerson Valle, Christiane Magno Michelin e Sylvio Adalberto para conduzirem Marco Aurêh à mesa em questão, onde teve assento.

Logo após, seguindo o protocolo, o presidente da Academia, professor dr. Leandro Garcia, proferiu tocantes palavras a propósito do momento que vivenciava a instituição naquele preciso instante, exatamente em decorrência da chegada à Casa do novel acadêmico.

Sua alocução não só emocionou os presentes, chegando, entretanto, a tocar nobres sentimentos do empossando, ensejo em que valeu-se o presidente para sublimar quanto a grandiosidade da APL, em especial para com aqueles que pretendem se esmerar através de lições de valor literário emanadas por parte de notáveis que a integram com extrema dedicação.

Concluindo, afirmou: portas sempre abertas para os que apreciam momentos da boa cultura, de palestras e de encontros literários os mais diversos.

Terminada a alocução do ilustrado dirigente da Academia, tão logo iniciou sua preleção, diga-se de passagem, extremamente feliz, a acadêmica Ivone Sol que passou a tecer marcantes considerações e ao mesmo tempo explanando relatos com vistas ao momento que vivenciava a instituição. Sem dúvida, sinceras palavras plenas de carinho e de merecidos elogios dirigidos ao afilhado Marco Aurêh, na condição de novo acadêmico.

Poeta sim, consequência de poemas recitados e escritos advindos do rico berço em que nasceu, prova da família unida e coesa.

Valendo-se ainda do momento, a acadêmica em questão também perseguindo a mesma trilha do presidente Leandro, todavia aproveitando o tempo que lhe restava para demonstrar sobre os inúmeros e profundos conhecimentos literários que Marco Aurêh faz ostentar, eleito que foi, com louvor, para ocupar vaga na APL em se tratando de um músico, poeta e escritor de valor consagrado, inclusive por inúmeras premiações já recebidas.

As palavras da acadêmica que o recebia foram ouvidas pelos presentes com absoluta atenção, ante o conteúdo das mesmas e, também, em face de fatos e situações que já fizera narrar.

Ainda que muito pudesse ser acrescentado sobre a belíssima trajetória percorrida por Marco Aurêh, prosseguiu a acadêmica Sol a discorrer sobre o acadêmico que até então ocupou a cadeira a ser preenchida, mediante um sem número de justas alusões feitas ao grande professor, escritor e poeta, o inesquecível Fernando Augusto Magno – também meu mestre. Suas palavras contribuiram para tocar a sensibilidade do seleto grupo que assistia à sessão num silêncio respeitoso, especialmente com relação à viúva, Sra. Albenice Benaion Magno e a filha Christiane Benaion Magno Michelin.

Ao final do evento foram ofertadas flores às mesmas, sinal de respeito, gratidão e admiração e do muito que o acadêmico Fernando Magno realizou em prol da Academia, sem falar das suas inúmeras obras que fez publicar para gáudio de seus leitores.

Com a palavra o novo acadêmico, iniciou seu discurso agradecendo a todos os componentes da Mesa Diretora, como também aos inúmeros amigos e amigas que vieram prestigiar sua posse.

Outrossim, fez relembrar muitos outros marcantes momentos, em especial recordando o pai e avô, o primeiro destacado jornalista/radialista que atuou em diversos segmentos das áreas em questão e após, seu avô, o escritor Silva Maia, um dos fundadores da então Academia Petropolitana de Ciências e Letras, fato que se deu em três de novembro de 1922, conforme detalhadamente fez descrever.

Com relação ao pai, permito-me completar, inspirado no poeta nascido em Oliveira, MG, mas que viveu em São João D’El Rey:

“De tal pai, tal filho assim se esperava”.

O novo acadêmico soube recordar, por outra vertente, períodos de sua infância e por isso mesmo tendo se tornado um apaixonado pela poesia e pela música.

Carinho e extremosa dedicação com relação ao avô de quem guarda inesquecíveis recordações sempre a enfatizar sobre trabalhos pelo mesmo produzidos os quais espera um dia poder publicá-los.

Enfim, o novo acadêmico proporcionou-nos uma noite inesquecível e sua posse ficará marcada nos anais da APL como momento áureo vivido pela Instituição.

Vibrante, eloquente em suas palavras, emocionou aos presentes merecendo constantes salvas de palmas que lhes foram dirigidas.

Importante consignar, ainda, que tão logo encerrada a sessão acadêmica, o já empossado proporcionou aos amigos e amigas uma apresentação musical, que agradou sobremaneira aos presentes.

Bem guardada a “primeira pérola”, prossigamos para cultivar a beleza da “segunda jóia”, ou seja, a posse na tarde do último sábado, dois de dezembro, do ilustrado advogado, escritor e poeta, além de alto funcionário do Consulado Norte-Americano no Rio de Janeiro, Lucio Carlos dos Santos Gil.

Assim é que a Casa de Petrópolis Instituto da Cultura, abriu suas portas para receber o novel acadêmico.

Formalidades de praxe levadas a cabo pelo Diretor de Protocolo e Relações Públicas, o acadêmico Fernando Costa a nosso sentir, já naquela conjuntura extremamente feliz uma vez de que a Academia Petropolitana de Letras receberia mais uma notável figura, que soube conduzir sua vida cultuando a memória do avô, a quem tanto amou, sem falar nos pais, esposa e filho, todos distinguidos com muito carinho e respeito.

Todavia, antes que o poeta tivesse assento à mesa presidencial, o acadêmico Fernando Costa convidou os confrades Joaquim Eloy Duarte dos Santos, decano da APL e este que ora escreve estas modestas linhas, para conduzirem Luiz Carlos dos Santos Gil para compor referida mesa, integrada pelo presidente da Academia Petropolitana de Letras, o professor Leandro Garcia, pelo vice-presidente, o professor e Defensor Público, Cleber Francisco Alves, marcando presença à mesa, também, o acadêmico Fernando Costa, uma vez que iria proferir o discurso recebendo o novo acadêmico.

Na forma regimental fez usar da palavra o presidente da APL o qual, através de tocantes menções, discorreu com expressiva alegria a propósito do momento que vivia a Academia e bem assim seus membros, amigas e amigos do novo acadêmico.

Demonstrou repetidamente a propósito dos nobres objetivos da instituição centenária, esclarecendo que embora de natureza privada a APL está aberta, por outra vertente, para a área pública vez se tratar de um Templo que merece ser frequentado por aqueles que estejam na busca de se aprimorarem não só nas letras, como na cultura e bem assim em atividades dos mais diversos matizes.

Não demorou-se em suas considerações, mas  soube explanar, com brilho e inteligência invulgares, próprias do seu ser, no concernente a importância da posse de mais um acadêmico que, inegavelmente, trará muita luz à instituição.

Terminada sua alocução seguiram-se demorados aplausos dirigidos ao eminente presidente Leandro Garcia.

Com a palavra o Diretor de Protocolo atento, como sempre, com vistas a realização de eventos acadêmicos, ocasião em que fez comunicar no tocante a presença dos inúmeros amigos e amigas de Lucio Carlos dos Santos Gil que abrilhantavam a cerimônia, especialmente aqueles advindos de outras cidades e estados, além de altas autoridades que integram o Consulado dos EUA no Rio de Janeiro, onde inclusive Lucio Carlos dos Santos Gil desempenha importantes encargos.

Assumindo a tribuna o acadêmico Fernando Costa, agora investido na qualidade de paraninfo, iniciou sua preleção demonstrando sua condição de católico praticante, servo de Deus nesta Terra, aproveitando para fazer louvas às famílias unidas e coesas.

De plano, fez recordar – data apropriada – o aniversário de D. Pedro II, nascido em dois de dezembro de 1825.

         Foi felicíssimo o Diretor de Protocolo Fernando Costa ao discorrer sobre a vida e obra do empossando, valendo-se da oportunidade para relembrar sobre a infância do mesmo.

A seu lado, Lucio Carlos dos Santos Gil, demonstrando alegria, preparava-se para ingressar na respeitável e atuante Academia.

Ao iniciar sua preleção, teceu merecidas considerações com relação à Academia Petropolitana de Letras fazendo questão de ressaltar as figuras de Joaquim Heleodoro Gomes dos Santos III, João Roberto d’Escragnolle e tantos outros, sem olvidar a figura da notável acadêmica Nair de Teffé Hermes da Fonseca, a quem coube propugnar pela atual denominação da Academia Petropolitana de Letras, até então Associação Petropolitana de Ciências e Letras.

Confesso, ainda emocionado, em razão das belíssimas palavras partidas, num primeiro instante, por parte do presidente Leandro Garcia e após do acadêmico Fernando Costa, que este último não foi apenas um Protocolo eficiente e objetivo para com todos aqueles que assistiam à sessão, até porque seu discurso pôde propiciar enormes conhecimentos ao seleto público, além de elevado grau de contentamento à acadêmica Andréa Lopes Garcia, ligada a Lucio Carlos dos Santos Gil por laços de amizade e de diversos encontros literários dos quais participaram,

Lucio Carlos dos Santos Gil, nas palavras que fez dirigir ao seleto auditório, foi preciso e sem dúvida imbuído de amor fraterno que soube, com excelência, transmitir aos presentes, inclusive através de palavras de agradecimento a representante da Família Germânica, Sra. Maristela Esch, que se encontrava presente acompanhada de sua veneranda mãe.

Pelo gesto delicado, ouviu da mesma palavras de eternos agradecimentos.

No tocante ao livro de sua autoria, “À sombra das cerejeiras” fez relatar, outrossim, o sentimento de gratidão àquele que o incentivou a escrever a obra, o amigo e ex-chefe que no momento ali se encontrava para abraçar o “jovem de então”.

Muitas outras considerações ainda traçou, sem se esquecer da figura do avô – pessoa para quem continua  guardar amor e boas recordações.

Não deixou de reconhecer, bastante emocionado, com relação a presença de sua mãe e bem assim de sua esposa e filho, aos quais faz dedicar eterno amor e carinho, valendo-se do momento, para agradecer aos acadêmicos, seus confrades, em particular aquela que o fez se tornar Honorário da APL, a acadêmica Andréa Lopes Garcia.

Seguindo a praxe acadêmica, em momento apropriado, Lucio Carlos dos Santos Gil volveu suas palavras ao relembrar o acadêmico que irá substituir na APL, o notável poeta/ sonetista João Roberto Gullino, até então titular da cadeira nº 16, elevado à condição de emérito.

Lembrou que João Roberto Gullino integrou a Academia Brasileira de Poesia Casa de Raul de Leoni onde desempenhou marcante atuação e com muita alegria fez a leitura de um belíssimo soneto do “mestre do soneto”, concluindo a leitura sob palmas.

Enfim, Lucio Carlos dos Santos Gil cumpriu com total competência e brilhante eloquência sua participação como orador, e dos bons!

De improviso, recitou duas belíssimas poesias de sua autoria, dando mostra de forma absolutamente perceptível, quanto a emoção a prevalecer nas derradeiras palavras que acabava de pronunciar.

Finalmente, palmas e mais palmas por parte da seleta platéia atenta e constantemente observadora.

Este modesto articulista conclui, parafraseando o eminente médico e acadêmico Jorge Ferreira Machado, quando ao comentar a respeito de posse que assistira, assim se manifestou:

“O poeta, se não fosse ousado de minha parte tentar parafrasear Afrânio, confere felicidade. Faz a sociedade sorrir. A Academia Petropolitana de Letras recebeu em seu seio, mais um poeta. Está feliz. Sorri”.

E eu permito-me acrescentar, “…mais dois poetas. Está feliz. Sorri”.

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