Economia em queda: movimento na BR-040 cai ao nível de 2008
A insegurança e a crise econômica que atinge o Estado do Rio de Janeiro são apontadas como as principais causas da redução na quantidade de veículos na BR-040 nos últimos quatro anos. Um levantamento feito pela Concer – concessionária que administra a rodovia – revela que houve uma queda de cerca de 17% no tráfego, principalmente, entre os de carga. De acordo com o balanço, em 2014 passaram nas três praças de pedágio 19,8 milhões de veículos. No ano passado, este quantitativo caiu para 16,3 milhões.
Entre 2008 e 2013, o tráfego na rodovia vinha apresentando aumento, mesmo que pequeno. A partir de 2014, a situação começou a mudar e a quantidade de veículos que passam pelas três praças de pedágio foi apresentando retração. Comparando os últimos 10 anos, houve um aumento de apenas 800 mil veículos trafegando na rodovia. Em 2008, de acordo com a Concer, 15,5 milhões de carros, motos, caminhões e carretas passaram pela BR-040, quantitativo bem próximo do registrado no ano passado.
"A violência nas vias de acesso à rodovia , como a Linha Vermelha e Avenida Brasil, com certeza contribuiu muito para essa redução. Nos últimos 10 anos, vimos um aumento frequente dessa violência", pontuou o presidente do Petropolis Convention & Visitors Bureau (PC&VB), Samir El Ghaoui. Em 2017, os registros de arrastões nas duas vias citadas por ele tornaram-se comuns. Em um único dia do mês de agosto do ano passado, por exemplo, a Linha Vermelha foi fechada quatro vezes devido à ação de criminosos.
Segundo dados do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro (ISPRJ), houve um aumento de quase 80% no registro de roubos de cargas no Estado nos últimos quatro anos. Em 2014, foram contabilizados 5.890 crimes deste tipo. No ano passado, este número passou para 10.599. "Os caminhoneiros que podem evitam passar pelo Rio por causa da insegurança. Só trafega por estas rodovias quem não tem outra alternativa. Mesmo assim, existem muitos profissionais recusando a viagem com medo da violência", alertou o presidente da Cooperativa de Caminhoneiros de Petrópolis e Região, Jorge Lisboa.