Economia foi puxada pela alta nos serviços, que representam 70% do PIB, diz IBGE

02/06/2022 13:14
Por Daniela Amorim e Vinicius Neder / Estadão

O avanço de 1,0% registrado no primeiro trimestre de 2022 ante o quarto trimestre de 2021 no Produto Interno Bruto (PIB) do País foi impulsionado pelo desempenho do setor de serviços, segundo os dados das Contas Nacionais apuradas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O PIB de Serviços avançou 1,0% no primeiro trimestre de 2022 ante o quarto trimestre de 2021, setor que representa 70% da economia do País.

“Dentro dos serviços, o maior crescimento foi de outros serviços, que tiveram alta de 2,2%, no trimestre, e comportam muitas atividades dos serviços prestados às famílias, como alojamento e alimentação. Muitas dessas atividades são presenciais e tiveram demanda reprimida durante a pandemia”, explicou a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, em nota divulgada pelo instituto.

Dentro dos serviços, os Transporte, armazenagem e correio cresceram 2,1%.

“Houve aumento do transporte de cargas, relacionado ao aumento do e-commerce no país nesse período, e do de passageiros, principalmente pelo aumento das viagens aéreas, outra demanda represada na pandemia”, justificou Rebeca, na nota.

Já o PIB da agropecuária recuou 0,9% no primeiro trimestre de 2022 ante o quarto trimestre de 2021. A queda foi puxada pela estiagem na região Sul, que reduziu a estimativa da produção de soja, principal cultura da lavoura brasileira.

O PIB da indústria teve apenas ligeira alta de 0,1% no primeiro trimestre. Embora a atividade de Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos tenha expandido 6,6%, houve uma queda de 3,4% nas indústrias Extrativas (-3,4%).

As extrativas puxaram o PIB industrial para baixo, devido a um recuo na produção de minério de ferro. “Como a Indústria da Transformação teve alta (1,4%) e tem bastante peso no grupo, isso equilibrou o resultado da Indústria”, apontou Rebeca Palis.

Pela ótica da demanda, o consumo das famílias cresceu 0,7% no primeiro trimestre deste ano ante o quarto trimestre do ano passado, enquanto o consumo do governo teve ligeiro aumento de 0,1%.

“No consumo das famílias, a demanda também está relacionada aos serviços que são principalmente feitos de forma presencial, como as atividades ligadas a viagens”, justificou Rebeca Palis, na nota do IBGE.

A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida dos investimentos no PIB) caíram 3,5%, devido a uma diminuição na produção e importação de bens de capital, enquanto a construção registrou crescimento no período.

No primeiro trimestre, a taxa de investimento foi de 18,7% do PIB, abaixo dos 19,7% registrados no mesmo período do ano passado.

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