Eid al-Adha, a grande festa do mundo muçulmano
Na tradição do Islã existem os chamados cinco pilares da adoração: a profissão de fé, o jejum, a oração cinco vezes ao dia, a ajuda aos necessitados e a peregrinação a Meca uma vez na vida. Esta peregrinação é obrigatória a todo fiel muçulmano, a menos que a viagem represente perigo de vida, que não se tenha recursos para empreende-la ou que os custos da viagem deixem em situação de penúria os familiares do viajante. Esta peregrinação não é uma simples viagem e muito menos um evento turístico.
Ela é uma peregrinação religiosa e segue uma série de rituais que segundo a tradição o próprio Mohammed teria feito em sua última visita à cidade de Meca. Esta peregrinação é chamada de Hajj e ocorre entre os dias 8 e 12 do último mês do calendário muçulmano (o mês de Dhul-hijja). E é no contexto da peregrinação que acontece a maior festa do mundo muçulmano, o Eid al-Adha, traduzido por a Festa do Sacrifício ou a Grande Festa. A partir do 10º até o 12º dia do mês da peregrinação, ocorre em Meca o sacrifício de um cabrito ou uma ovelha-macho. Este mesmo ritual é realizado também nas comunidades muçulmanas do mundo todo, unindo assim todos os fieis num mesmo ritual e festa. A carne dos animais sacrificados é compartilhada com os vizinhos ou com os pobres.
Nalgumas regiões existe o costume de se dividir esta carne em três partes: uma para os amigos/vizinhos, uma para os necessitados e uma para a própria família. Há também a possibilidade de se trocar presentes neste dia de festa, e é costume fazer a refeição em família. Segundo a tradição do Islã, a origem desta festa estaria no fato de que Deus quis testar a fidelidade de Ibrahim (Abraão, na tradição judaico-cristã) e lhe enviou um sonho pelo qual pedia o sacrifício de seu próprio filho. Ao acordar, teria ele contado o sonho ao filho, que teria concordado em ser sacrificado se esta era a vontade de Deus. Ibrahim, mesmo contrariado por que amava seu filho, o teria levado para sacrificar e no momento em que ia executar o sonho, Deus lhe reteve a mão e entregou a ele um animal a ser sacrificado.
Assim, o sentido da festa é relembrar a confiança total que todo fiel deve ter em Deus, estando disposto a qualquer sacrifício. A festa do sacrifício pode durar até quatro dias. Hoje há países ou situações (cidades, por exemplo) que não permitem a matança de animais. Nestes, há o costume de os fieis muçulmanos fazerem doações a instituições de caridade que providenciam a realização do sacrifício noutros países, distribuindo a carne aos necessitados.
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