El Niño sai e hiato do produto, setor externo e crédito entram em questionário pré-Copom do BC

08/mar 10:40
Por Fernanda Trisotto / Estadão

O Banco Central divulgou nesta sexta-feira, 8, o Questionário Pré-Copom (QPC) enviado a analistas de mercado financeiro antes da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), nos dias 19 e 20 de março, com alterações nas questões que constavam em versões anteriores. A autoridade monetária incluiu questionamentos sobre hiato do produto e indicadores do setor externo e crédito. Por outro lado, foram retirados os questionamentos sobre os impactos potenciais do El Niño em 2024 e 2025 e da elevação das alíquotas modais de ICMS, bem como perguntas sobre o mercado de trabalho.

Em janeiro, o colegiado reduziu a Selic em 0,50 ponto porcentual pela quinta vez seguida, para 11,25% ao ano, e sinalizou cortes da mesma magnitude nos encontros seguintes.

O questionário começa pela tradicional pergunta sobre o que os analistas esperam das decisões do Copom nas próximas três reuniões (março, maio e junho), incluindo o que acham que o BC mencionará no comunicado e na ata sobre os próximos passos da política monetária.

O QPC mantém as perguntas sobre o cenário para inflação – desagregando por componentes livres e administrados – câmbio, Selic, barril de petróleo e um questionário abrangente sobre o PIB em 2024 e 2025. No curto prazo, pede projeções para o IPCA, serviços e médias de núcleos em março, abril, maio e junho.

Para o cenário externo, seguem os pedidos por projeções sobre PIB e inflação de Estados Unidos, China e Área do Euro neste ano e no próximo. O BC repete a pergunta específica sobre a projeção dos economistas para as taxas de juros americanas de curto prazo e de 10 anos – em 2024, 2025 e no longo prazo.

O QPC retoma questionamento sobre as estimativas para o hiato do produto nos últimos trimestres de 2023, 2024 e 2025. Na sequência, pede projeções sobre variáveis do balanço de pagamentos para 2024, como conta corrente, balança comercial (exportações e importações), serviços, renda primária (lucros e dividendos) e investimento direto no País.

O mercado também foi perguntado sobre as projeções de saldo nominal de crédito em quatro variáveis: recursos livres e direcionados, tanto para pessoa física quanto para jurídica.

O QPC também repete as perguntas sobre o resultado fiscal do governo neste e no próximo ano, sem pedir novamente projeções para o cenário de longo prazo para a dívida pública até 2032 ou projeção com pagamentos de precatórios.

O documento ainda pede uma estimativa para o potencial de arrecadação com as medidas enviadas ao Congresso e a avaliação sobre evolução do quadro fiscal desde o último Copom.

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