Eleições 2020: Tribuna entrevista a pré-candidata a prefeita Lívia Miranda sobre qualidade de vida e bem-estar social

13/09/2020 08:00

Lívia Miranda é pré-candidata pelo PCdoB. É professora na rede municipal com dedicação a inclusão de estudantes com deficiência. Também é Mestranda em Educação na UFF. Defensora de uma educação pública inclusiva, democrática e de qualidade para todas e todos. Além disso, está presente na batalha sindical da educação pelos direitos dos trabalhadores (as), militante de movimentos sociais pelos direitos das mulheres, da população LGBTIA+, na luta antirracista e pela participação de mulheres e pessoas comuns como protagonistas na política.

Qualidade de vida e bem-estar social são considerados fundamentais por gestores de países com progresso avançado. Eles consideram que segurança, trânsito humanizado, soluções sustentáveis e acesso à tecnologia são itens essenciais para o bem estar social.  Quais são seus projetos para Petrópolis em qualidade de vida? 

Qualidade de vida para todas as pessoas é um dos pilares do nosso programa, chamado Programa dos Comuns em Defesa da Vida. Para isso, é necessário enfrentarmos o racismo, a violência contra a mulher, as desigualdades sociais e econômicas. Nossa proposta é para garantir a dignidade nas escolas públicas, nos postos de saúde, além de trabalhadoras (es) bem remuneradas (os) e desenvolvimento sustentável. Uma Petrópolis avançada, democrática e com qualidade de vida e combativa à desigualdade entre as classes.

Maior PIB da região serrana e oitava economia do estado, Petrópolis tem 10 mil pessoas em situação de extrema pobreza segundo o IBGE.  Em mais de  3 mil domicílios, os moradores não dispõem de renda ou então recebem apenas benefícios do governo. Pelo menos 8 mil pessoas sobrevivem com renda de R$ 250 por mês.   Como a sua gestão vai tirar as pessoas desta situação?

É necessário mapear as famílias em situação de vulnerabilidade para garantir que tenham renda básica, moradia e alimentação. Neste período de pandemia, o pobre ficou mais pobre e o rico mais rico. Trabalhadoras (es) com renda reduzida e cada vez mais precarizadas (os). As mulheres foram as que mais sofreram no período com violência, sobrecarga de trabalho, perda de emprego e renda. Com isso, vemos total abandono e descaso da atual gestão da prefeitura para socorrer as famílias em situação de vulnerabilidade. 

Não se pode falar em qualidade de vida e bem-estar social quando há famílias em áreas de risco e Petrópolis é destaque no país com 234 locais propensos a desastres em função das chuvas. São 72 mil pessoas, cerca de 25% da população, vivendo em áreas de risco.  Qual será a política habitacional da sua gestão?

O primeiro passo para moradia é garantir que as pessoas tenham segurança nas suas residências. Para isso, a prefeitura precisa dar apoio técnico de engenharia e arquitetura para as famílias de baixa renda. No entanto, existem áreas nobres na cidade que são de alto risco e cabe a exigência de obras de infraestrutura. Por fim, afirmo que é urgente uma política pública de habitação que tenha participação popular no planejamento e execução das obras. É nisso que se insere o Programa Emprego na Comunidade.

A população de rua em Petrópolis  é de cerca de 140 pessoas.  Os moradores de rua não estão apenas no Centro histórico, mas também nos bairros. Acolhimento, alimentação e até mesmo atendimento em saúde são oferecidos a essa população. No entanto, a maioria faz uso de drogas, apresenta deficiência mental ou tem falta de capacidade para o trabalho. Qual a sua proposta para reinseri-los na sociedade? 

As razões são muitas para que uma pessoa viva em situação de rua, e muitos desses motivos são rompimento dos vínculos familiares e desemprego, por exemplo. É necessário dar condições a essas pessoas de viver com dignidade. As ações devem ser articuladas pela secretaria de Assistência Social para que retomem os laços familiares e se estruturem em relação ao emprego, pois muitas dessas pessoas têm profissão. Por fim, é necessário a realização de concurso público para contratação de profissionais para o Centro POP.

Ouça a entrevista completa em podcast:

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