Eleições 2020: Tribuna entrevista o pré-candidato a prefeito Marcos Novaes sobre juventude

23/08/2020 08:00

Marcos Novaes é pré-candidato a prefeito pelo PDT. É empresário da área de pesquisas. Nasceu em Itajaí, Santa Catarina, e chegou a Petrópolis aos seis anos de idade. Foi alfabetizado no antigo colégio EPA, onde fez também o estudo fundamental. Fez a primeira comunhão no Sagrado e cursou o antigo ensino médio nos colégios Werneck e Opção. Começou a fazer política ainda na época da ditadura. Em 1979, aos 13 anos, participou da fundação do Movimento de Direitos Humanos de Petrópolis, sob a liderança do então frei Leonardo Boff. Foi presidente da APE, presidente da Comdep e vereador por um mandato (2005 a 2008).

As drogas se tornaram um problema social relevante. E os jovens são os mais suscetíveis ao consumo de álcool, drogas ilícitas e medicamentos como estimulantes e tranquilizantes. E o consumo de drogas acaba afetando toda a estrutura familiar. Como evitar que os jovens entrem no mundo das drogas e como ajudar as famílias que já convivem com este drama?

O primeiro passo é não atrelar as drogas aos jovens, estigmatizando-os. As drogas são um problema para todos, com diferentes graus de adesão, até na mesma família. O que está ao alcance do nosso combate é o uso autodestrutivo das drogas, que não afeta a maioria, mas está crescendo e requer atenção governamental, especialmente no caso do álcool, por ser legalmente propagado, com danos pela vida inteira. Esse uso autodestrutivo decorre de perdas e frustrações pela falta de perspectivas, principalmente o emprego. O combate mais eficaz é pela disseminação da informação e por políticas de formação: educação e profissão.

A população jovem de Petrópolis é de 70 mil pessoas. Somente de 15 a 19 anos são 24 mil jovens. É nesta faixa etária que o jovem quer ingressar no mercado de trabalho e precisa estar protegido contra a ameaça das drogas. O que sua gestão vai fazer nestes dois sentidos?

Respeitar o jovem, não infantilizá-lo, nem estigmatizá-lo, é fundamental para que se tenha algum sucesso. A adesão à droga é individual, mas a saída é coletiva. Não se trata de proteger o jovem das drogas, mas de oferecer experiências de educação e trabalho para que ele proteja a si mesmo. Vou criar oportunidades de Educação e Formação Técnica através de programas tipo “jovem aprendiz”, e incentivo à formação de incubadoras de empresas nas universidades e startups, além de promover conexões com as empresas através de uma Câmara Virtual do Emprego, com a divulgação permanente de vagas de trabalho, cursos de formação e currículos

Relegado a um segundo plano, o esporte voltou a ser protagonista em comunidades, nas escolas e na vida dos jovens.  O que Petrópolis precisa avançar não apenas em estrutura física, mas em ferramentas para que haja cada vez mais a prática de esporte entre os jovens?

O esporte começa na escola. Vou criar conexões entre as escolas, os clubes amadores e as academias, aproveitando oportunidades hoje desperdiçadas. Na linha de proporcionar conexões com experiências coletivas positivas, incentivando a diversidade, vou trazer de volta competições juvenis de modalidades esportivas, com troféu e premiação. Mas com uma novidade fundamental: evitar as rivalidades convencionais, entre bairros ou entre escolas. Usando as redes sociais, as equipes deverão ser plurais, reunindo jovens de bairros diferentes, de escolas diferentes, de classes sociais diferentes, de modo a promover experiências novas.

Manifestações culturais surgiram na cidade por iniciativa de jovens, como festivais de música nas praças. Mas o poder público não conseguiu acompanhar e garantir ordenamento para estas atividades. O resultado é uma queda de braço entre prefeitura e organizadores atravessando vários governos. Como a sua gestão vai garantir manifestação cultural de iniciativa da sociedade?

A vivacidade cultural da sociedade deve ser incentivada, cabendo ao poder público atuar para que os eventos transcorram de modo proveitoso. O fundamental é identificar o interesse público de um modo que contemple o maior número de pessoas e não agrida ninguém.  O que tem havido é falta de diálogo, com o autoritarismo provocando o desrespeito. A solução é simples: segundo a localização pretendida para o evento, conectar representantes dos organizadores, dos moradores e do poder público, resolvendo com antecedência as condições para a realização. A prefeitura deve apoiar com infra-estrutura e pessoal próprio necessário.

Ouça a entrevista completa em podcast:

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