Eleições 2020: Tribuna entrevista o pré-candidato a prefeito Marcus Curvelo sobre saúde pública
Marcus Curvelo é pré-candidato pelo PSB.
Hoje, 77% da população de Petrópolis é atendida pelo SUS na Atenção Básica de Saúde. O orçamento da Saúde, somados repasses estaduais e federais é de R$ 345 milhões. As construções de novas unidades de saúde como a da Posse e a de Araras levaram seis anos para serem concluídas, ou seja, atravessaram duas gestões. Como o seu governo vai fazer para acelerar a instalação dos postos de saúde?
Na minha gestão, em 2016, deixamos os postos de saúde de Araras e da Posse com 80% das suas obras concluídas, inclusive com concurso público realizado. Se passaram quatro anos para que os outros 20% pudessem ser feitos. A expansão da Saúde da Família vai precisar fortemente de apoio do governo federal face às dificuldades orçamentárias em 2021 e em 2022, principalmente por conta da queda de receitas. O município vai precisar atuar buscando financiamento, para expandir a cobertura na cidade.
Do ponto de vista da gestão ainda não foram implantadas, na totalidade, ações como o prontuário eletrônico em todas as unidades e a biometria para controlar a freqüência dos médicos e servidores. A falta de informatização na Saúde é um dos entraves para melhorar o sistema na cidade. Como a sua gestão vai tratar esta deficiência?
Avançamos bastante na questão da informatização. O prontuário eletrônico é fundamental nesse processo, iniciando pelos Postos de Saúde da Família. Esta é uma política que precisa avançar e ganhar celeridade. A questão da biometria é outro problema que precisa ser encarado de frente, dialogando com servidores e conscientizando sobre a sua importância. A gente sabe que existe uma determinação do Ministério Público para implantação dos pontos biométricos. Essa tarefa demanda diálogo com a categoria dos servidores.
Pacientes reclamam de demora na marcação de exames e consultas, em especial os pré-operatórios, e também demora na marcação das cirurgias. Há pessoas que já refizeram exames várias vezes porque as cirurgias são sempre adiadas. A pandemia do coronavírus fez a fila pelas cirurgias crescer. Como sua gestão vai colocar um fim às filas para cirurgias?
É necessário suprir o déficit de especialistas na nossa rede. Pra isso, assim que for possível, vamos fazer concurso público. Outro ponto é a criação de leitos pós-cirúrgicos, um grande gargalo. Precisamos criar leitos para conter adiamento de cirurgias eletivas. Com a pandemia, muitas cirurgias foram adiadas e fila, que já era grande, ficou enorme. Somente com mutirões essa fila vai diminuir.
Petrópolis vive hoje duas realidades: moradores que entram na justiça para garantir vagas, remédios e cirurgias. Por outro lado, assistem os moradores de outros municípios serem atendidos nas emergências da cidade. E Petrópolis não recebe indenização das cidades de origem dessas pessoas pelo atendimento que foi prestado aqui. Como sua gestão vai resolver os dois problemas?
Como secretário de Saúde, diretor-geral do Hospital Municipal Nelson de Sá Earp e presidente do Conselho Municipal de Saúde, adquiri experiência e posso dizer que os problemas são estruturais. O problema principal é de subfinanciamento. A gente precisa que as soluções do SUS partam do governo federal, principalmente no financiamento. A judicialização é um problema que deve ser encarado com diálogo, formando câmara técnica e melhorando o atendimento principalmente na questão de cirurgias e compra de medicação.
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