Eleições 2020: Tribuna entrevista o pré-candidato a prefeito Yuri Moura sobre qualidade de vida e bem-estar social

13/09/2020 08:00

Yuri Moura é pré-candidato pelo PSOL. É petropolitano, professor de história e gestor público especializado em cidades. Tem 10 anos de experiência na administração pública: trabalhou na Prefeitura, ALERJ, Senado e Câmara Federal. Lutou pela cassação dos vereadores corruptos; apresentou inúmeros projetos populares de lei; conquistou 2,5 milhões em recursos para saúde e educação; foi apresentador na TV e no rádio local; e colaborou com a formação de mais de mil jovens e adultos através da Escola Popular. Em 2016 foi o 3º colocado para prefeito, em 2018 teve 12.623 votos para deputado estadual.

Qualidade de vida e bem estar social são considerados fundamentais por gestores de países com progresso avançado. Eles consideram que segurança, trânsito humanizado, soluções sustentáveis e acesso à tecnologia são itens essenciais para o bem estar social. Quais são seus projetos para Petrópolis em qualidade de vida?

Petrópolis é uma cidade extremamente desigual, a realidade nos distritos e bairros é bem diferente da imagem do Centro Histórico. O nosso governo irá enfrentar essas contradições, garantindo políticas públicas nas comunidades e combatendo o alto custo de vida por aqui. O petropolitano paga caro na passagem do ônibus, no aluguel, no estacionamento rotativo, nas tarifas de água e luz. Em nossa gestão vamos superar estas injustiças, revogando todos os contratos que encarecem o serviços que deveriam ser públicos e prejudicam a qualidade de vida das pessoas.

Maior PIB da região serrana e oitava economia do estado, Petrópolis tem 10 mil pessoas em situação de extrema pobreza segundo o IBGE. Em mais de 3 mil domicílios, os moradores não dispõem de renda ou então recebem apenas benefícios do governo. Pelo menos 8 mil pessoas sobrevivem com renda de R$ 250 por mês. Como a sua gestão vai tirar as pessoas desta situação?

Nossa administração estará presente na vida das pessoas, onde elas vivem e moram. Teremos como meta acabar com a extrema pobreza em 4 anos, acolhendo estas milhares de famílias com políticas públicas integradas de assistência social, educação e trabalho. Vamos criar o Renda Básica Petrópolis, fortalecer os CRAS nas comunidades ampliando suas equipes, incorporar a produção da agricultura familiar nos programas de segurança alimentar, além de ofertar capacitação profissional, microcrédito e moeda social gerando emprego e renda nestas famílias.

Não se pode falar em qualidade de vida e bem estar social quando há famílias em áreas de risco e Petrópolis é destaque no país com 234 locais propensos a desastres em função das chuvas. São 72 mil pessoas, cerca de 25% da população, vivendo em áreas de risco. Qual será a política habitacional da sua gestão?

A questão da moradia não será resolvida com promessas de grandes condomínios que demoram anos para serem entregues fazendo famílias vítimas de tragédias esperarem sem um lar. Criaremos um plano de obras públicas e regularização fundiária nas comunidades, contratando mão de obra local e requalificando estas áreas por meio de mutirões (contenção, canalização e outras melhorias). Também vamos mapear terrenos que possam receber conjuntos habitacionais menores, financiando projetos com recursos oriundos da taxação da especulação imobiliária.

A população de rua em Petrópolis é de cerca de 140 pessoas. Os moradores de rua não estão apenas no Centro histórico, mas também nos bairros. Acolhimento, alimentação e até mesmo atendimento em saúde são oferecidos a essa população. No entanto, a maioria faz uso de drogas, apresenta deficiência mental ou tem falta de capacidade para o trabalho. Qual a sua proposta para reinseri-los na sociedade? 

Precisamos respeitar as pessoas e seus direitos, desconstruir essa imagem de criminalização e desumanização. Nós vamos colaborar na recuperação dos laços familiares e garantir acesso à saúde, assistência social, educação e trabalho para quem estiver em situação de rua. Fortalecendo o consultório de rua, melhorando o acolhimento nos equipamentos de proteção (NIS e Centro Pop) e restaurante popular, inserindo estas pessoas na educação de jovens e adultos, e criando oportunidade de emprego e renda inclusive dentro da própria administração pública. 

Ouça a entrevista completa em podcast:

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