Eleitor vai às urnas e abstenção cai em Petrópolis mesmo com fila, chuva e engarrafamento
Partisans, graças a Deus, queimaram a língua ao projetar que Petrópolis poderia repetir as 122 mil abstenções e votos nulos e brancos registrados nas eleições de 2020. Falou mais alto o dever cívico e, mesmo com fila, chuva, mudança de endereço de seção eleitoral e engarrafamento, os moradores da cidade não abriram mão de votar. Entre abstenções, nulos e em branco foram 67.686, que significam 28,95% dos 243.760 dos eleitores. Ou seja, muita gente se animou em relação a 2020.
Fatores para a lotação
A superlotação das seções eleitorais na cidade (e também em muitos outros municípios do país) é a junção de vários fatores: muita gente saiu de casa para exercer o direito do voto, mesmo quem em pleitos anteriores tenha ficado longe das urnas; ao mesmo tempo as seções teriam concentrado gente além da capacidade; a passagem de ônibus foi de graça e muita gente quis votar pela manhã em Petrópolis por causa das chuvas.
Sobe… e desce
A quantidade de votos é emblemática nesta eleição. Teve gente que ficou grande, como Yuri Moura, com 25.463 votos e eleito deputado estadual e outros que encolheram como Hugo Leal, com 49.230 votos – ele chegou a ter 140 mil em sua primeira eleição como autor da Lei Seca – e Bernardo Rossi que em 2014 teve 56 mil votos e agora fez 32.740 e ficou fora da Alerj. Professor Leandro Azevedo, que quase tirou o segundo turno de Bernardo Rossi em 2020 e agora teve 16.762 votos, também encolheu, assim como Marcus Vinicius, ex- Neskau, com 24.183 votos a federal, que em 2018 foi eleito a estadual com 30.454 votos.
Sujeira
Até que tinha pouco santinho – em comparação a eleições anteriores espalhados pelo chão ontem. Porém, tinha uma quantidade razoável em vários pontos. E com aquela chuvinha, mais o povo pisando em cima, os papéis grudam de tão forma no chão que haja muque do pessoal da Comdep para varrer. Essa galera sofre.
Eleitores perdidos
E ontem tinha muito eleitor perdido porque sua seção mudou de endereço. De fato, a Justiça Eleitoral pecou na falta de ampla divulgação disso. Tá certo que o eleitor deve confirmar sempre onde vota, mas as mudanças foram recentes. É o caso do ginásio do Petropolitano, no Valparaíso, atingido pelas chuvas e em obras. Muita gente que votava lá foi transferido para o Terra Santa e para o CEI Lions Club, na Rua Rockfeller, e não sabia disso. E nestes locais aumentou consideravelmente o movimento com muita fila.
Fila e falta de estrutura
E um dos locais com filas mais demoradas foi a Estácio de Sá, no Bingen. Teve gente que chegou a ir ao local por três vezes diante das filas intermináveis. Na última tentativa, essa eleitora aguardou duas horas e meia. Mesários informavam que duas seções votavam na mesma urna. Somado a isso, demora dos eleitores em votar e excesso de gente por seção.
Pegadinha
E vamos combinar que o candidato à Presidência Padre Kelmon do PTB foi uma pegadinha que o petropolitano Roberto Jefferson, presidente de honra do partido, pregou na gente. Porque não é possível que fosse a sério…
Fogos
De manhã não dava para saber se eram de bolsonaristas ou lulistas, mas os fogos barulhentos, proibidos por lei em Petrópolis, pipocaram por toda a cidade. No início da noite foi só silêncio, mas como deu segundo turno, a gente continua na dúvida sobre quem tinha acordado animado.
Podas
Mas, gente… Vejam que a Enel tem a quantidade de podas feitas na cidade (as que atrapalham a fiação). E ficamos bestas com o número. São 67 mil só este ano. E a prefeitura, contabiliza quanto?
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