Em 100 dias de governo interino dobram mortes, internações e casos da covid em Petrópolis

10/04/2021 02:00

E em apenas três meses Petrópolis viu dobrar os números da covid na cidade. Em 31 de dezembro, somando 10 meses de pandemia eram 12.115 casos, 365 mortes e 155 pessoas internadas.  Passados os 100 primeiros dias da gestão Hingo Hammes Petrópolis tem 26.619 casos, 790 mortes e 330 pessoas internadas. 

Uma parcela de responsabilidade

Mas, vamos combinar que no finalzinho de dezembro, já com muita coisa flexibilizada por conta das vendas de Natal e pressão de empresários, Bernardo Rossi, o antecessor, deixou uma parcela de problemas para a atual gestão. Tanto que janeiro bateu 110 mortes.  Porém, caberia ao governo interino tomar as medidas necessárias para frear de novo a pandemia na cidade.

Os boletins de dezembro de 2020 e de abril de 2021 que mostram o salto da covid em Petrópolis em apenas três meses

Tá com vocês!

E o prefeito Hingo Hammes nomeou um bancário para exercer o cargo de diretor de Habitação da Secretaria de Obras.  Humilde, o novo diretor já pesquisa entre os funcionários que irá coordenar todo o tipo de literatura técnica que o embase a exercer a função. Até lá quem espera por regularização fundiária que lute.

Baixa adesão

Em um mês – foi lançado dia 10 de março – o Movimento Petrópolis Precisa de Decisão, iniciativa do PSD cobrando uma definição sobre a situação de Bomtempo e possíveis novas eleições alcançou adesão de apenas 1.092 pessoas. O manifesto, em petição eletrônica, não emplacou. É preciso colocar mais um gás e continuar cobrando essa posição do Tribunal Superior Eleitoral.

Viagem no tempo

Foi marcada para o dia 26 deste mês uma licitação para a compra de materiais para garantir a segurança sanitária para estudantes e professores das 184 unidades da rede pública municipal.  Mas, então estamos em um episódio da série Dark em que os personagens voltam no tempo. Porque o ensino híbrido, em aulas presenciais, ia ser retomado no dia 08. Mas só agora estão comprando material?

Campanha

Moradores do Independência estão fazendo uma campanha nas redes sociais pedindo que ninguém compre produtos de origem duvidosa oferecidos na região. Aumentou a quantidade de dependentes químicos que estão roubando dos próprios parentes para conseguir dinheiro para drogas. É preciso que a Assistência Social do município entre em ação junto com as forças de segurança.

Contagem

Petrópolis está há 100 dias sem prefeito eleito pelo povo.

Vai demorar mais

Houve comemoração pelo anúncio da licitação para ampliação do setor de psiquiatria no Hospital Nelson de Sá Earp, o único da rede pública da cidade. Eis que a Secretaria de Saúde adiou a concorrência.

Mais trabalho

As entidades que representam os trabalhadores da saúde deveriam – se não estão – atentar para as condições de trabalho desses profissionais, em especial os que atuam nas UTIs.  A prefeitura informou aos ministérios públicos estadual e municipal que o Conselho Federal de Medicina aumentou o número de leitos de UTI cuidados por equipe em função da situação de emergência que estamos vivendo.  

O espetáculo “Petrópolis, uma Cidade Imperial” será apresentado em plataforma digital hoje, às 17h. A exibição gratuita será viabilizada pelos canais da Xdaquestão Produções no Facebook e no Youtube. A remontagem do trabalho, original de 2015,  foi possível com recursos da Lei Aldir Blanc. A nova versão teve texto e o elenco revistos e criado novo cenário, figurinos e adereços. Aqui, parte da equipe que tornou tudo possível.

É dose!

Ao contrário daquele empresário da Rua Teresa que disse – depois desmentiu – que dava ivermectina para os empregados e eles continuam trabalhando mesmo com covid, um outro, consciencioso, pagou do próprio bolso o exame para que um colaborador fizesse o teste em laboratório particular pois a pessoa estava com sintomas. O resultado foi positivo e o funcionário procurou a UPA Cascatinha para ser medicado apenas. Foi enviado pra UPA de Itaipava. Sorte que ele tem carro. Se tivesse de ônibus já contaminava no caminho de casa até Cascatinha e depois até Itaipava.

Não é possível

Sobre a flexibilização das medidas restritivas após o lockdown meia boca, a prefeitura justificou dizendo que “verificou queda nos últimos sete dias, com o número de atendimentos retornando ao mesmo patamar do registrado no início do mês passado”. É estranho porque às redações dos jornais chegam relatos de pessoas que esperaram mais de 12 horas em cadeira de rodas na UPA Cascatinha para internar e quem foi mandado pra casa com orientação de comprar uma bombinha contra a asma.

Aqui é diferente

Tanto os pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz quanto o Grupo de Trabalho Multidisciplinar para Enfrentamento da Covid-19 da UFRJ disseram que não estava na hora de flexibilizar medidas restritivas como fez a capital e Petrópolis. Que seriam necessários pelo menos 14 dias de distanciamento social sério. Mas, os cientistas da prefeitura de Petrópolis acham que já conseguiram conter a disseminação do vírus com um lockdown meia boca.

Contatos com a coluna: lespartisans@tribunadepetropolis.com.br

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