Em 356 cidades, 220 mil militares vão combater mosquito Aedes aegypti

27/01/2016 12:00

O governo federal anunciou hoje (27) que 220 mil miltares vão ajudar no combate ao mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão da dengue, da febre chinkungunya e do vírus Zika. Em coletiva de imprensa, o ministro da Defesa, Aldo Rebelo, informou que os homens das três Forças Armadas vão atuar em 356 municípios.

“As Forças Armadas já exercem essa função auxiliar desde o primeiro momento de combate ao mosquito Aedes aegypti. Agora estamos intensificando a mobilização onde há uma incidência maior”, disse Aldo Rebelo.

Dos 356 municípios, 115 concentram grande quantidade de casos de microcefalia, que podem ter sido provocados pelo vírus Zika.

A atuação das Forças Armadas vai complementar as ações desenvolvidas pelo Ministério da Saúde, estados e municípios.

Aldo Rebelo informou que a ação dos militares será dividida em quatro etapas.A primeira ocorrerá até o dia 4 de fevereiro quando os militares farão um mutirão para erradicar criadouros do mosquito em instalações das Forças Armadas em todo o país.

No dia 13 de fevereiro, quando ocorrerá a segunda fase, 220 mil homens e mulheres das Forças Armadas farão uma ação de conscientização para orientar a população no combate ao mosquito. Os militares irão distribuir panfletos com um número de telefone local que irá receber denúncias de locais onde haja proliferação do mosquito.

De acordo com o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, Almirante Ademir Sobrinho, 3 milhões de imóveis residenciais devem ser visitados. “Vamos distribuir folheto informativo chamando a responsabilidade dos moradores no combate ao mosquito, chamando a atenção para a importância de vigiar a presença de focos do mosquito na vizinha e medidas básicas de como evitar focos na residência”, disse.

Entre os dias 15 e 18 de fevereiro, um contingente de 50 mil militares fará nova visita, em ação coordenada com o Ministério da Saúde e autoridades locais, para inspecionar possíveis focos de proliferação nas casas e, se for o caso, aplicar larvicida. “Acreditamos que quando voltarmos, grande parte desse trabalho já tenha sido feito pelo morador”, acrescentou Sobrinho.

Segundo o ministro Aldo Rebelo, a divisão dos militares obedecerá a proporcionalidade dos efetivos em cada estado. O ministro disse ainda que os 50 mil militares continuarão mobilizados, mas que atuarão quando solicitados pelas autoridades locais. Ele disse que os estados podem contribuir mobilizando as forças locais. "Vou falar com todos os governadores e pelo menos com os prefeitos das capitais para que a nossa mobilização possa ser acolhida e reforçada em todos os estados".

A última etapa, ainda em discussão com o Ministério da Educação (MEC), prevê a mobilização dos militares para reforçar o trabalho de conscientização em escolas das redes pública e privada."Vamos depender, naturalmente, do calendário escolar que é diferente em cada escola, nas redes privada e pública, seja municipal ou estadual. Estaremos à disposição do MEC para apoiar a ação de esclarecimento para prevenção e combate ao mosquito nas escolas", disse o ministro.


Casos de microcefalia


Nesta quarta-feira (27), o Ministério da Saúde informou que investiga 3.448 casos suspeitos de microcefalia no país, que podem ter relação com o vírus Zika. Questionado se o governo demorou em acionar os militares para conter o aumento de casos de microcefalia no país, Aldo Rebelo disse que os militares já vinham atuando em 14 estados, atendendo pedidos de autoridades locais, a exemplo dos estados de Pernambuco, da Paraíba, de Mato Grosso e São Paulo.

“Já tínhamos disponibilizado e treinado homens e mulheres para essas ações e agora esse esforço maior é correspondente ao esforço do governo [União, estados e municípios]. Já tínhamos mobilizado 4 mil militares e treinado muito antes. Agora disponibilizamos a possibilidade de treinar mais 50 mil”, disse o ministro.

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