Em audiência na Alerj, Bomtempo diz que precisará de mais verbas para recuperação da cidade

Na audiência pública realizada nesta quinta-feira(31), pela Comissão de Tributação da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), o prefeito Rubens Bomtempo disse que enfrenta falta de recursos para a recuperação da cidade. Do aporte emergencial vindos da Alerj e da União, que somados dão R$ 36,3 milhões, R$ 30 milhões já estão comprometidos. Na audiência, Bomtempo alegou que, se recebesse mais verba, a prioridade seria a limpeza da periferia da cidade e a retirada dos escombros. 

“Sigo com seis a sete escolas interditadas, pois precisam de muitas obras, e não temos mais recursos para colocá-las em funcionamento. Só para essa obra seria necessário algo em torno de R$ 15 milhões. A secretaria de saúde e o centro de cultura também foram destruídos e teremos que alugar um novo espaço, além da nossa Unidade de Pronto Atendimento (UPA) que ainda segue interditada”, pontuou.

O deputado Waldeck Carneiro (PSDB), criticou o valor do aporte feito pelo Governo Federal – apenas R$ 6,3 milhões –  e questionou a falta de doação do Governo do Estado para a prefeitura. ‘É espantoso que a União tenha transferido pouco mais de 6 milhões para Petrópolis. Só em tributos, o Governo Federal arrecada ao ano com o Rio de Janeiro algo em torno de R$ 190 bilhões por ano, segundo a Assessoria Fiscal da Casa. No entanto, em um momento dramático, o presidente da República só faz uma transferência desse valor. Sem falar do Governo do Estado que até agora não entrou com recursos para a administração municipal”, disse Waldeck.

Prestação de contas

Bomtempo apresentou a prestação de contas de onde estão sendo gastos recurso de R$ 30 milhões doados pela Assembleia Legislativa. Segundo o prefeito, foi feita a contratação de 1.200 garis para acelerar a limpeza e reconstrução da cidade, e 200 profissionais para agilizar o cadastramento do Aluguel Social, a prefeitura informou que comprou com os recursos da Alerj, um prédio com 20 quitinetes e 32 apartamentos, para fazer a locação residencial de famílias que perderam tudo. O prefeito também criou estratégias para facilitar o aluguel por meio do programa Aluguel Social.

“Até um contrato de garantia para acelerar a locação de imóvel nós fizemos. E, com isso asseguramos casa para 450 famílias. Só com obras estruturais, como a colocação de asfalto, compra de material e mão de obra, foram gastos pouco mais de R$ 9 milhões até o momento. Tudo feito com recurso oriundo da Alerj”, reforçou Bomtempo.

Para o presidente da Comissão, deputado Luiz Paulo (PSD), a tarefa de reconstrução da cidade ainda vai continuar por décadas. “Sou solidário e tenho muita tristeza com tudo que aconteceu com essa cidade. Petrópolis precisa de recuperação física e econômica, fruto de um processo histórico que não deriva só da calamidade das chuvas. Mas deixo externado aqui a solidariedade da Casa e a garantia de que vamos nos movimentar para continuar ajudando o município”, disse o parlamentar.