Em missa de inauguração, Dom Gregório reforça a mensagem de esperança e união que se tornou símbolo da revitalização da Catedral
Foi com a casa cheia de fiéis e visitantes que a Catedral São Pedro de Alcántara abriu as portas nesta sexta-feira (1), após quase um ano e meio de obras de revitalização. A missa de reinauguração, celebrada pelo bispo diocesano Dom Gregório Paixão, contou com a presença de autoridades e pessoas que, de alguma forma, ajudaram e apoiaram o projeto.
Na homilia, Dom Gregório abriu sua fala contando com riqueza de detalhes a história da Catedral como ela se tornou um símbolo de fé e um monumento turístico para Petrópolis. A igreja, inaugurada em 1925, foi atingida pelas chuvas de 1988, foi revitalizada, e os danos, que estavam, agora, mais aparentes, foram reparados. A solidez do templo se tornou um símbolo de resiliência e esperança em meio às tragédias que o município enfrentou neste ano.
“Podemos rachar, mas não quebramos. Podemos passar por uma grande dificuldade, mas nos unimos, como houve uma grande união para que essa igreja fosse construída. Com nosso coração cheio de fé, acreditando em nossas famílias, acreditando no nosso trabalho, lutando por um novo tempo. Nós construiremos o novo. Deus nos deu os símbolos deste ano através das duas catástrofes que aconteceram no dia 15 de fevereiro e no dia 20 de março, muita tristeza veio ao nosso coração porque recordamos aqueles que partiram”, disse o Bispo, e destacou que a união que possibilitou a revitalização da igreja é um símbolo de união também da população para lutar pela construção de uma sociedade melhor e mais justa.
“Mas nós, que ficamos, os entregamos (aqueles que partiram) pela fé no coração de Deus, e nós que restamos, lutaremos para que construamos a cada dia uma igreja nova, uma sociedade nova, familias novas, governos novos, ou seja, a união para construir o novo para Deus e para todos. Eis a beleza que se dá nesse instante, símbolo de um recomeço a pensar de todas as tragédias que vimos abatidas sobre nós ao longo dos séculos”, completou Dom Gregório.
A celebração contou com o bispo diocesano de Volta Redonda e Barra do Piraí, Dom Luiz Henrique, o pároco padre Adenilson, e o vigário Pedro Paulo e com padres de toda a diocese. Representantes da família imperial, Dom Francisco Orleans e Bragança e Dom Pedro Carlos. O prefeito Rubens Bomtempo, Luciane Fernandes e Fabrício, representantes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Lucas Jordão, representante do Ministério do Turismo, o superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan-RJ), Olav Schrader, Thiago Fonseca, diretor do escritório técnico do Iphan em Petrópolis.
“A reabertura da Catedral tem um significado especial: simboliza o reerguimento de Petrópolis depois de tantas perdas e sofrimentos. Ela simboliza o valor da união e do esforço coletivo em torno de uma boa causa, que, no nosso caso, é a de devolver a normalidade à nossa cidade. Estamos conseguindo isso, e não somente pelo trabalho da Prefeitura, mas também pelo esforço de nossa população”, disse o prefeito Rubens Bomtempo.
O prefeito lembrou ainda da importância da igreja também na cadeia do turismo da cidade, e o quanto o município tem a ganhar com a sua reinauguração. “A Catedral, o Museu e o Palácio de Cristal, que estaremos reabrindo neste mês, são bens conhecidos e falados no Brasil inteiro. A Catedral reaberta é, certamente, um sinal forte para que nossos potenciais visitantes sintam que Petrópolis está pronta para recebê-los e também para que os visitantes que já conhecem a cidade voltem para revê-la. Parabenizo à Mitra Diocesana pela realização da obra, que sinaliza o avanço da recuperação da cidade e a sua retomada como destino turístico seguro, que já deveríamos estar vendo na temporada de inverno”, acrescentou, Bomtempo.
“Não tem muito o que falar a não ser celebrar. Foram muitos anos de conversas, começou em 2016, muitas dificuldades constitutivas, orçamentárias e permitiu que em 2020 assinar esse contrato de restauro e que nos permite viabilizar esse restauro que envolveu a questão da cobertura das calhas de segurança, sistema de incêndio, elementos artísticos, reforço cultural. Foi uma restauração bastante completa, talvez a mais relevante que a catedral tenha tido desde a sua construção. A importância de entregar no ano do Bicentenário, honra a memória de Dom Pedro. O BNDES acredita que o patrimônio histórico brasileiro vai muito além de preservar nossa cultura e história. Mas pode ser um promotor do desenvolvimento econômico”, disse Luciane Fernandes, representante do BNDES.
O presidente da Câmara, vereador Hingo Hammes, e membros do legislativo municipal, estadual e federal. A comandante do 15º GBM tenente-coronel BM Elizangela e militares. Representantes do Instituto Histórico de Petrópolis, da Academia Petropolitana de Letras. Maurício Vicente, diretor do Museu Imperial. Marcelo Schaefer presidente da OAB-Petrópolis, entre outras autoridades.
Na quinta-feira (30), foi realizada uma cerimônia de inauguração com a presença do Ministro do Turismo, Carlos Britto, a expectativa era que o presidente Jair Bolsonaro também comparecesse no evento. Bolsonaro não veio, mas enviou uma carta por meio do seu gabinete, que foi lida durante a cerimônia.
Catedral inaugura galeria autoexpositiva e passarela de visitação ao telhado
Entre as novidades inauguradas nesta sexta-feira, está a visita a uma galeria autoexpositiva, com peças raras e sacras que fazem parte do patrimônio da Catedral. os visitantes são convidados a um passeio por uma passarela instalada sobre as cúpulas e a visita ao magnífico telhado. Durante este passeio, por meio de monitores vão conhecer a história da Catedral e ver um holograma que contará a história de construção da igreja.
Os visitantes também terão a oportunidade de chegar até a torre abaixo do sino e nas varandas nas laterais da Igreja, onde terão uma visão espetacular da cidade. Na parte externa da Catedral, além de apreciar todo conjunto arquitetônico, os visitantes vão poder visitar a praça ao lado da igreja, totalmente restaurada e com a instalação da imagem de Nossa Senhora das Graças ao seu local original, quando do início da construção em 1876. A proposta é dar ao local o nome como era conhecido no tempo do Império: Praça dos Cocheiros, fazendo um resgate histórico do local.
Aprovada pelo Ministério do Turismo, por meio da Secretaria Especial de Cultura, e financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no valor de R$ 13 milhões, a obra teve como objetivo promover o reforço estrutural da Catedral, a restauração de todo o patrimônio artístico e arquitetônico do imóvel.
*Com informações da Mitra Diocesana.