Em vídeo, ruralista diz que financiou atos para manter ‘nosso capitão no governo’

17/12/2022 13:30
Por Pepita Ortega e Fausto Macedo / Estadão

O procurador-geral de Justiça de Mato Grosso, José Antônio Borges Pereira, sugeriu ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que bloqueie as contas bancárias e a quebra de sigilo do produtor rural Mauridis Parreira Pimental, o ‘Dide Pimenta’, apontado como suspeito de organizar e financiar atos antidemocráticos.

A solicitação se dá após circular nas redes sociais um vídeo em que o homem de Campinápolis, a cerca de 540 quilômetros de Cuiabá, diz ter ajudado, com um grupo de amigos, no deslocamento de oito ônibus transportando indígenas a Brasília para engrossarem atos contrários ao resultado das eleições.

O auxílio teria se dado após ‘Dide Pimenta’ ter disso procurado pelo Cacique Tserere, bolsonarista preso pela Polícia Federal sob suspeita de supostos crimes de ameaça, perseguição e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

A ordem de prisão do líder indígena, decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, foi o estopim para atos registrados em Brasília na segunda-feira, 12, quando foram ateados em fogo ônibus e carros. Manifestantes ainda tentaram invadir a sede da PF na capital federal.

No vídeo que circula nas redes, o produtor rural ainda menciona que, além de terem prestado apoio para deslocamento dos grupos à Brasília, ‘estão com dificuldades de mantê-los’ na capital federal, pedindo doações financeiras. “Estamos empenhados nessa luta, junto com o Tserere e com os Xavantes para manter a nossa democracia e nosso capitão no governo”, diz Mauridis Parreira Pimental no arquivo.

Considerando a gravação em que ‘Dide Pimenta’ diz ter prestado apoio, ‘tanto para o deslocamento como para manutenção de indígenas em Brasília, para participar dos atos antidemocráticos’, o Ministério Público de Mato Grosso argumenta que o produtor rural também deve ser alvo das medidas decretadas contra supostos organizadores e financiadores das manifestações.

“Até porque, desde a circulação do vídeo nas mídias sociais – por meio do qual são solicitadas doações – não se pode precisar se recursos foram angariados e/ou repassados com o intuito financiar os atos antidemocráticos que pairam na Capital Federal”, sustenta José Antônio Borges Pereira.

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