Empresa tenta recuperar terreno na BR-040

Sete anos depois do temporal que destruiu casas e provocou mortes no Vale do Cuiabá, o terreno utilizado pela Prefeitura como vazadouro dos resíduos, em Itaipava, começou a ser recuperado e deve dar lugar a um empreendimento industrial de grande porte. O espaço, que fica no km 60 da pista sentido Juiz de Fora da BR-040, tem localização privilegiada e promete gerar mais empregos na região. 

No terreno será construído um complexo de galpões industriais e de logística, com 15 unidades, numa área total construída de 22.000 m². O empreendimento é destinado à atividade industrial, logística, centro de distribuição, armazenagem, comercial e outros. A empresa responsável pelas obras é a Construtora Solidum, conhecida por grandes empreendimentos industriais e comerciais em Petrópolis, e também em cidades como Rio de Janeiro e São Paulo. A expectativa para construção dos galpões é grande, tanto para a Solidum quanto para quem mora na região. Mas, para isso se concretizar, foi preciso que a própria empresa assumisse um serviço que deveria ter sido executado pelo poder público: a separação dos mais de 100 mil metros cúbicos de lama residual da tragédia no Vale do Cuiabá, depositada lá há sete anos. 

“Na época da chuva de 2011, a Prefeitura depositou resíduos da enchente no terreno. Restos de casa, lama, tudo no meio. Compramos o terreno e fazemos separação do que é lixo e o que é terra. Deste total de 100 metros cúbicos de resíduos, 90 mil metros vão ficar no terreno e 10 mil terão que ser retirados, porque são lixo”, disse Osmar Musse Felix, diretor da Solidum.

Ainda segundo Osmar, nenhum caminhão de resíduo saiu do local até agora. “Hoje só fazemos a seleção. Separamos o lixo do entulho e colocamos mais à frente, sem tirar do terreno. Recebemos material, com teor de areia, o saibro, para misturar na terra, que é muito argilosa, e precisamos misturar com uma muito arenosa para poder compactar com segurança, sem espalhar. Depois de preparado, e quando conseguirmos um lugar para jogar o lixo, aí sim iremos construir.”, concluiu Osmar. 

A Solidum, por meio de nota, disse que aguarda uma solução da Prefeitura sobre aonde colocar o lixo que está sendo separado há cerca de três meses.