Empresários são cobrados por empréstimo pós tragédia, mesmo com anúncio de prorrogação
Empresários petropolitanos que utilizaram o financiamento oferecido pelo Estado após a tragédia de 15 de fevereiro de 2022 estão apreensivos. Nesta semana, a Agência de Fomento do Estado do Rio (AgeRio) cobrou o primeiro pagamento do empréstimo, mesmo com o anúncio que haveria uma nova prorrogação, por mais 12 meses, a partir de 15 de abril deste ano.
Ao todo, mais de 3 mil empresas seriam beneficiadas com a prorrogação da linha de crédito especial, somando R$ 207 milhões. A lei foi aprovada pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e sancionada pelo governador Claudio Castro, e dizia que a dilatação do prazo seria automática. O empresário só deveria informar em casos de não querer a prorrogação.
No entanto, em e-mail enviado aos empresários, a AgeRio informou que a lei que previa a prorrogação não foi regulamentada. Com isso, orientou que o pagamento fosse realizado até a quarta-feira (15). “Essa medida se faz necessária para evitar possíveis sanções contratuais firmadas no ato da assinatura”, dizia o comunicado.
Apesar de o e-mail informar que estavam à disposição para esclarecimento de dúvidas, os empresários relatam a falta de um posicionamento oficial que dê segurança sobre o que fazer.
“Os empresários estão especialmente preocupados com a insegurança das informações. Nos foi informado que seria prorrogado o pagamento e nos organizamos, nos mais diversos segmentos da cidade, para iniciar o pagamento apenas em 2025. Apesar disso, o primeiro vencimento em 15/05/24 foi enviado e caso não fizéssemos o pagamento seria cobrado juros. No entanto, se fizermos o pagamento do primeiro boleto tememos perder o direito à prorrogação das demais parcelas”, relatou o empresário Heitor Carneiro.
A Tribuna de Petrópolis tenta contato com o Governo do Estado e a AgeRio desde a quarta-feira (15). Até a última atualização, não foi enviada nenhuma resposta a respeito do tema.