Empresas driblam a crise provocada pela pandemia e mantêm empregos
Com o faturamento quase zerado e as produções suspensas ou reduzidas, muitos empresários se viram em um dilema. Como manter os negócios – e os empregos – no meio da crise desencadeada pela pandemia do coronavírus? Parecia impossível, mas teve, sim, gente que conseguiu. Para vencer a fase mais critica foi preciso se reinventar para driblar as dificuldades.
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“Trabalhar forte com as vendas online foi a forma encontrada para nos reinventarmos e mantermos o funcionamento das lojas e do nosso parque gráfico sem demitir nenhum funcionário. Os primeiros meses da pandemia foram de muita dificuldade. Foram momentos de esforços conjuntos, muito necessários”, comentou o assessor jurídico da Editora Vozes, Valter Zanacolli Jr.
A empresa tem 200 funcionários em Petrópolis – em todo o país são cerca de 400. Em março, quando a pandemia começou, as lojas foram as primeiras a suspenderem os atendimentos e só puderam retornar três meses depois. “O nosso parque gráfico ficou aberto, mas com apenas 30% da sua produção”, comentou o assessor.
As negociações foram fundamentais. Com os fornecedores, para pagamentos dos direitos autorais e alugueis. Estas foram algumas das medidas para evitar o encerramento das atividades. “Adotamos também os planos e medidas do governo para manter o nosso quadro de funcionários. A redução da jornada de trabalho, suspensão dos contratos, e antecipação das férias foram importantes para mantermos os empregos”, afirmou Valter.
O assessor jurídico da Editora Vozes ressalta também a ajuda da Firjan e dos sindicatos patronais nos momentos mais críticos da pandemia. “O auxílio deles foi fundamental para conseguirmos entender todas as medidas provisórias do governo, como poderíamos nos encaixar e como o que era oferecido atenderia as nossas necessidades. Tivemos apoio também na hora de conseguir as linhas de crédito. Foi de extrema importância e fundamental para manter as atividades sem demitir”, frisou Valter.
Outra empresa que conseguiu driblar as dificuldades e manter o quadro de funcionários foi a Única. A firma ficou cinco meses impedida de funcionar devido às restrições impostas pela Prefeitura de Petrópolis para conter o avanço do vírus. Nesse período, todos os 340 empregos foram mantidos. “Foi um sacrifício e trabalho conjunto de todos. Funcionários, sócios e diretoria se empenharam para que a empresa ficasse aberta. Em momento nenhum nós fechamos e nem abandonamos a empresa. Foi um aprendizado e uma fase muito dura para todos nós”, disse o diretor, Luiz Assumpção.
Assim como a Editora Vozes, o diretor da Única contou que adotou medidas para não encerrar as atividades e manter os empregos, como o acordo com o sindicato dos trabalhadores e implantação das medidas provisórias do governo federal. “Ainda estamos em um momento de muita dificuldade porque mesmo com a retomada da circulação estamos tendo prejuízos. Para justificar um ônibus de sair da garagem é preciso mais de 30 passageiros e só estamos podendo circular com 23. Ainda é um momento delicado para nós”, comentou o diretor.
Com 85 funcionários, a Vassouras Rossi também se destacou como um bom exemplo na hora de driblar as dificuldades impostas pela pandemia. A fábrica manteve a produção e os empregos adotando medidas de preservação da saúde e de bem estar. “O ano de 2020 está sendo muito desafiador. Tivemos que nos reinventar, nos unir e nos preocupar cada vez mais com a saúde de nossos colaboradores e consumidores. Sabemos que nos próximos anos teremos que nos adaptar e repensar novos modelos de gestão e preservação ambiental, mas sempre com a certeza que iremos superar”, disse a diretora executiva Roxane Rossi.
Ela conta que desde o início da pandemia e do isolamento social, em março, a empresa passou a adotar algumas medidas para garantir a continuidade do trabalho sem a necessidade de paralisação das atividades. Foram feitas mudanças no ambiente da fábrica, entre elas a instalação de divisórias de acrílico, disponibilização de álcool em gel em todos os ambientes, horários alternados para as refeições, disponibilização de transporte alternativo para os funcionários e o distanciamento social na área da produção e no escritório.
“Também realizamos em parceria com a com a Firjan o teste da COVID-19 em todos os nossos funcionários. Para alegria, os resultados foram negativos, o que reforçou a importância das medidas tomadas”, comemorou a Roxane Rossi. Segundo a Firjan, 1.856 trabalhadores de 67 indústrias de Petrópolis já foram testados no Programa de Testes Covid-19, o que faz da cidade a terceira com mais testes realizados no Estado do Rio.
O Programa Testes Covid-19 é oferecido gratuitamente pela federação para as indústrias de grande e médio portes a preço de custo, e disponibilizados gratuitamente para as indústrias de pequeno porte (até 100 funcionários). O serviço é executado pelo Centro de Inovação SESI Higiene Ocupacional (CIS HO) em parceria com a UFRJ.