Empresas e redistribuição de renda

12/07/2017 12:20

De acordo com o Fórum Econômico Mundial de 2017, realizado em janeiro, na Suíça, a desigualdade na distribuição de renda é o maior risco para a economia global já neste ano. Para se ter uma ideia da importância dos debates sobre o tema, os oito homens mais ricos do mundo acumulam uma riqueza equivalente à dos 3,6 bilhões mais pobres, segundo levantamento divulgado recentemente pela ONG Oxfam, confederação com 20 organizações em 94 países que luta pelo fim da pobreza e desigualdade. 

Durante o evento, a diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, destacou que, quando há crise econômica em um país, a principal e a mais óbvia medida a ser tomada para reduzir a desigualdade é a redistribuição de renda. Porém, eu acredito que a responsabilidade de reverter esse quadro vá muito além dos governantes. As empresas podem e devem contribuir!

Mas quais são as atribuições das companhias para ajudar no combate à desigualdade? Elas precisam ter um olhar transversal para toda a cadeia de valor, o que significa que devem pensar em toda a pirâmide – ou seja, aliar os aspectos econômicos à responsabilidade social e ambiental. 

Um caminho a ser observado para repensarmos o progresso é a economia circular, que busca reconstruir capital, seja ele financeiro, manufaturado, humano, social ou natural, para garantir fluxos aprimorados de bens e serviços. Esse conceito consiste em um ciclo de desenvolvimento positivo contínuo que preserva e aprimora o capital natural, otimiza a produção de recursos e minimiza riscos sistêmicos com administração  de estoques finitos e fluxos renováveis. Ela funciona de forma eficaz em qualquer escala e garante um futuro próspero e sustentável.

Para permitir a inclusão socioeconômica em todos os elos, os avanços tecnológicos não podem estar desassociados da responsabilidade social e ambiental. A inovação deve ser equilibrada com a geração de emprego e renda, e toda companhia deve compreender quão importante ela é nesse contexto. Isso é fundamental para que, em um futuro próximo, o mundo tenha uma distribuição mais equilibrada dos recursos financeiros.  

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