Empresas modificam linha de produção para evitar demissões durante a pandemia

17/05/2020 10:53

Não tinha como prever a situação em que o país estaria hoje. As medidas adotadas pelos governos para tentar evitar maior contaminação pelo novo coronavírus mexeu com a vida de todos. E o jeito é tentar se readequar. Algumas empresas se reinventaram e passaram a produzir itens que hoje são considerados de primeira necessidade, um jeito de se manter no mercado e evitar a demissão de funcionários.

“Num primeiro momento foi um baque, não sabíamos o que fazer. Temos 35 anos de empresa e não queríamos demitir os funcionários. Pensamos o que poderíamos fazer, e a melhor opção seriam as máscaras”, contou Luzia Kappauns.

Os equipamentos da empresa foram remanejados para a nova função. E todos os funcionários colocaram a mão na massa. “Fizemos tudo pensado, procuramos um material hidrorepelente, bactericida, o elástico é superconfortável. E todo o processo é feito pela própria equipe, vendas, compras, todo mundo pegando junto para a coisa funcionar”, disse. A empresa ainda readequou o sistema de vendas, para fornecer varejo e atacado para todo o Brasil.

Leia também: Restaurante de Itaipava tem alvará cassado após evento com aglomeração de pessoas

Alterar a linha de produção e fabricar itens que se encontram em falta no setor da saúde pode ser uma alternativa para se manter neste período. Recentemente o Senai Cetiqt (Centro de Tecnologia da Indústria Química e Textil) fez uma pesquisa com informações sobre como o mercado nacional está se preparando para este cenário da pandemia. O cenário, no entanto, não tem sido visto com otimismo pela maior parte das indústrias. 

Entre os dias 24 e 30 de março, representantes da cadeia produtiva de Moda, Têxtil e de Confecção responderam um questionário e o resultado disso apontou que empresas foram afetadas pela epidemia especialmente no que se refere ao fechamento da produção (51,6%); no fornecimento de produtos a clientes (24,2%) e no abastecimento dos materiais e insumos (6,5%). Tendo seus pedidos reduzidos (49,2%) ou adiados (47,5%).  

“Muitas empresas estão buscando respostas em um momento nunca vivido antes no período moderno. Essa pesquisa pode ajudar àqueles que ainda não tomaram nenhuma decisão estratégica sobre a situação, a entender como as demais empresas estão lidando com a pandemia”, disse Michelle de Souza, Consultora do Instituto SENAI de Tecnologia Têxtil e de Confecção, do SENAI CETIQT.

Leia também: Lojas da Rua Teresa produzem máscaras durante a pandemia de Covid-19

Últimas