Energia elétrica no Rio é a mais cara do país

12/07/2017 10:25

Um estudo divulgado esta semana pelo Sistema Firjan mostra que o Estado do Rio de Janeiro tem a energia elétrica industrial mais cara do país. O levantamento mostra que donos de indústrias no Rio de Janeiro têm um gasto 17,4% maior com o serviço, se comparado a todas as cidades brasileiras com atuação significativa no setor. Já com relação aos principais concorrentes ,esse número é ainda mais alarmante: 29,6% acima de São Paulo e 27,7% acima do custo em Minas Gerais. A discrepância é ainda maior – de 60% – se comparada ao Amapá, estado com menor custo.

A energia elétrica é insumo fundamental e estratégico para o setor industrial e, por isso, está ligada diretamente à lucratividade e competitividade de mercado. Os preços aplicados no setor elétrico são muito suscetíveis a mudanças decorrentes de conjunturas adversas, como questões estruturais da própria indústria, e também climáticas. Além disso, a política de “realismo tarifá- rio” do governo trouxe um impacto real no custo média para a indústria de 59,3% nos últimos três anos. Para se ter uma ideia, em 2016, o valor da energia atingiu 535,28 R$/Mwh².

Ainda de acordo com o estudo, no que diz respeito aos custos tributários da energia elétrica, é relevante notar que a alíquota do ICMS é diferente entre as unidades federativas, levando a grande variação entre seus custos médios. Os estados do Rio de Janeiro, Paraná e Goiás têm a maior alíquota de ICMS do Brasil para o setor industrial (29%). Nota-se, ainda, que as indústrias fluminenses pagam o maior valor da região Sudeste, 4 pontos percentuais a mais do que o Espírito Santo, e 11 pontos percentuais acima à São Paulo e Minas Gerais. Já a Bahia é o estado com a menor alíquota de ICMS sobre energia do país: 13%.

Para o presidente do sindicato das Indústrias de Confecção de Petrópolis, Áddison Menezes, os números mostram mais uma desvantagem que indústrias que funcionam no Estado do Rio de Janeiro têm que enfrentar. “São inúmeros fatores que nos prejudicam e tornam cada vez mais desleal a competitividade com indústrias de outros Estados. Entre eles podemos citar também o preço do combustível de uma forma geral. Para se ter uma ideia, a nossa gasolina só é mais barata do que a fornecida no Acre. Lembrando que possuímos várias refinarias produzindo os combustíveis”, disse.

Ainda segundo Áddison, a energia elétrica é o insumo que mais pesa nos custos da a indústria e, por isso, esse preço alto afeta diretamente a lucratividade e competitividade das empresas. “Vamos sobrevivendo da forma que dá. Mas é muito difícil trabalhar nestas condições, com taxas tão altas”, finalizou.



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