Entenda como Simone Biles superou Rebeca para garantir ouro na ginástica em Paris-2024

01/ago 19:30
Por Estadão

Rebeca Andrade esteve com a medalha de ouro na mira durante toda a disputa da final do individual geral da ginástica na Olimpíada de Paris. Os ótimos desempenhos da brasileira nas barras, salto, trave e solo só não resultaram num primeiro lugar por conta do rendimento ainda melhor de Simone Biles. A norte-americana é considerada uma das melhores ginastas de toda a história e conseguiu sua nona medalha olímpica, sendo a sexta dourada. No duelo contra Rebeca, o desempenho de Biles no salto e no solo foram fundamentais para superar a brasileira.

Ambas ginastas estavam na mesma ordem rotação. Ou seja, Rebeca e Biles fizeram os aparelhos na mesma sequência e a disputa se tornou ainda mais emocionante. No começo, Rebeca garantiu um impressionante 15,100 no salto, que é sua especialidade. Porém, Simone Biles executou o salto com sua assinatura, o “Biles II”, o que lhe garantiu um 15,766.

O cenário reverteu e colocou Rebeca na frente da disputa na segunda rodada. Nas barras assimétricas, a brasileira levou um 14,666, enquanto a americana terminou a série pontuando 13,733. A diferença ficou em 0,267 favorável à Rebeca Andrade.

O aparelho seguinte foi a trave, onde Rebeca pontuou 14,133 e Simone Biles 14,566. O resultado devolveu a liderança para a ginasta dos Estados Unidos, mas a vantagem era muito curto ainda: 0,166. Ou seja, a disputa ficou para o solo e Rebeca ainda tinha totais condições de faturar o ouro.

A confiança no título aumentou quando a atleta executou uma boa apresentação e fez 14,033, que é considerada uma boa nota para esse aparelho. Mas Biles justificou, mais uma vez, o fato de ser um fenômeno na ginástica e pontuou impressionante 15,066, mais de um ponto à frente de Rebeca.

O resultado garantiu a prata para Rebeca Andrade, que somou no fim 57,932. Já Simone Biles subiu no ponto mais alto do pódio com a pontuação de 59,131.

Esse foi o primeiro segundo duelo entre brasileira e norte-americana nos Jogos Olímpicos de Paris-2024, o primeiro no formato individual. Na final por equipes, os Estados Unidos ficaram com o ouro e o Brasil, com o bronze, uma medalha inédita para o País na modalidade.

NOTAS DA CLASSIFICATÓRIA X NOTAS DAS FINAIS

Outro fator importante de analisar são as notas conquistadas pelas atletas nas classificatórias e na final do individual geral. Enquanto Rebeca manteve a pontuação quase a mesma, com uma pequena variação positiva de 0,034, a americana cresceu sua pontuação 0,799, que é um número expressivo na nota final.

A melhora de Simone Biles veio justamente nos aparelhos do salto e do solo. Enquanto na fase de classificação Simone se manteve na casa dos 14 pontos, a final ficou marcada por ter passado pelos dois aparelhos com notas acima dos 15 pontos. O 15,766 no salto da final foi a melhor nota de uma ginasta em qualquer um dos aparelhos até aqui.

Rebeca Andrade manteve os 15,100 nos dois saltos e teve uma leve queda no solo. De 14,200 para 14,033. Já a trave e as barras assimétricas terminaram praticamente iguais nas duas ocasiões.

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