Equipe de Cristiane Brasil pode ter nomes de Petrópolis
Cristiane Brasil, aos 44 anos, será a primeira mulher petropolitana a assumir um ministério no Governo Federal e a segunda a comandar o Ministério do Trabalho como titular da pasta – a primeira foi Dorothea Werneck, durante o governo José Sarney. Em entrevista exclusiva à Tribuna, a ministra do Trabalho, que toma posse nesta terça-feira (09), disse que vai levar petropolitanos para compor sua equipe, após avaliação da necessidade e competências das pessoas para ocuparem os cargos.
“Provavelmente sim, vou levar algumas pessoas competentes da cidade comigo, mas isso ficará para uma avaliação posterior, pois preciso mapear as competências e habilidades das pessoas para ocuparem as funções certas e todos darmos nosso melhor. Não faltam talentos na cidade com os quais posso contar para trabalharem comigo”, afirmou a ministra, que, mesmo morando no Rio e em Brasília, afirma que Petrópolis é seu porto seguro por ter nascido na cidade.
“Petrópolis é e sempre será a minha casa, o lugar onde cresci e meu porto seguro. Ser a primeira ministra de Petrópolis me enche de orgulho. Sou carioca e meu dever com o Estado do Rio só aumenta, independente do cargo que possa ocupar. No Ministério do Trabalho e Emprego, meu compromisso é do tamanho do Brasil e localizado onde existe desemprego, insegurança e espaço pra melhorar” afirmou Cristiane Brasil.
Entre os nomes mais citados que podem compor a equipe da ministra, no Ministério do Trabalho, está o secretário municipal de Administração, Marcus Wilson Von Seehausen, que, apesar de estar no PP, é um dos grandes aliados de Cristiane Brasil em Petrópolis e no Estado. Sobre as notícias de que não seria mais candidata à reeleição nas eleições deste ano, Cristiane Brasil não fez nenhum comentário, pois será um tema a ser tratado com o presidente Michel Temer, assim como outros que dizem respeito à política de governo.
Empoderamento da mulher e dos idosos
Sobre o seu compromisso ao assumir o Ministério, Cristiane Brasil afirma que o objetivo é contribuir com o governo para promover o desenvolvimento do país, ajudando na geração de emprego. “Como ministra tenho a missão de ajudar o governo a devolver o Brasil para os trilhos, ajudar no crescimento econômico e na geração de empregos e não pretendo tirar o foco desse objetivo enquanto ocupar esta posição”.
Dentro deste objetivo, uma das questões que chama sua atenção é a situação da mulher no mercado de trabalho, por isso, pretende levar esta pauta para o Ministério e buscar desenvolver políticas públicas de empoderamento econômico das mulheres. “Me sinto empoderada pela confiança que recebo e por carregar a responsabilidade de representar as mulheres, sim. Pretendo também explorar a pauta do empoderamento econômico das mulheres, por meio da transformação social com capacitação e do convencimento aos empresários de que colocar mais mulheres nas empresas potencializará o crescimento da economia brasileira”.
Ainda neste aspecto do empoderamento da mulher, Cristiane Brasil, que presidiu o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), afirma que não é nada fácil ser mulher na política. “Acredito que, passo a passo, temos conquistado nosso espaço, com competência e dedicação”. Durante a discussão sobre a reforma política, a então deputada chegou a afirmar que as mudanças prejudicavam a participação da mulher na política e no processo eleitoral.
Entre os muitos temas que têm pautado a sua atuação política, um deles é voltado para a população da terceira idade e, por isso, durante o período em que estiver no Ministério do Trabalho, vai atuar no sentido de atender a população de idosos do país. “O envelhecimento populacional e as políticas públicas para o idoso se tornaram lutas minhas desde meu primeiro momento na política, porque afetam ou afetarão todo o país cedo ou tarde. Essa crise que acompanhamos na Previdência, por exemplo, já é reflexo de um leque de desdobramentos que ainda vão se abrir lá na frente”.
Ela lembra que escreveu livros a esse respeito e mais de 10 artigos científicos, participando como palestrante em diversos seminários nacionais e internacionais, além de ter buscado capacitação sobre o assunto para poder fazer o trabalho que fez no Rio de Janeiro e que hoje é referência para todo o país. “O eleitor reconheceu meu trabalho, tanto que cresci dos 13 mil e poucos votos que obtive na primeira eleição de vereadora para mais de 80 mil votos como deputada federal. Portanto, esse é um assunto que sempre levarei em consideração e que estará presente no meu trabalho. O idoso é parcela da população que ainda precisa ser incluída, respeitada e penso que há muito o que podemos fazer por eles”.
Honrada em representar o PTB
Com relação ao convite para assumir o Ministério do Trabalho, Cristiane Brasil afirmou que foi por meio de um telefonema do presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson. “Não tive dúvida – nem por um momento – de que deveria aceitar o desafio. Embora milite na política há muitos anos e já tenha participado de grandes reformas no meu estado e no país, me senti muito honrada em poder contribuir na linha de frente com a retomada da economia e do emprego”.
Cristiane Brasil não tem dúvida de que seu pai, Roberto Jefferson, ficou satisfeito com a sua nomeação e, desde o anúncio, estão se falando sempre. “Ele (Roberto) tem uma história muito marcante na política nacional e eu me sinto feliz em poder dar a ele mais essa alegria”, concluiu a ministra.
A ministra do Trabalho e Emprego, Cristiane Brasil, nasceu em Petrópolis, no dia 21 de dezembro de 1973. Ele se formou em direito na Universidade Católica de Petrópolis (UCP). Ingressou na carreira política em 2003. Em 2005, Assumiu a cadeira de vereadora pela primeira vez, sendo reeleita mais duas vezes, totalizando três mandatos como vereadora da cidade do Rio de janeiro. Em 2009, assumiu a Secretaria Especial do Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida na cidade do Rio de Janeiro, onde realizou diversos trabalhos, sendo o principal deles e que se tornou referência, o voltado para a população idosa.
Como vereadora, Cristiane presidiu a CPI sobre Abrigo Cristo Redentor e a CPI sobre Programa Rio Dignidade, além de ter participado da comissão do idoso. No período em que esteve na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, criou diversas leis, entre elas a da Política Municipal do Idoso, onde criou o Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa e o Fundo Municipal do Idoso. Também de sua autoria, as leis que destina vagas para idosos nos concursos públicos no Município, a lei que dispõe sobre a criação do Programa Esporte na Terceira Idade e a lei que dispõe sobre a realização de exames oftalmológicos, nos recém-nascidos.
Nas eleições estaduais no Rio de Janeiro em 2014, foi eleita deputada federal com 81.817 votos. Ela votou a favor do processo de impeachment de Dilma Rousseff. Já durante o Governo Michel Temer, votou a favor da PEC do Teto dos Gastos Públicos e pela aprovação da terceirização para todas as atividades. Em abril de 2017 foi favorável à Reforma Trabalhista, inclusive em relação à terceirização. Em agosto de 2017 votou a favor do presidente Michel Temer, no processo em que se pedia abertura de investigação, e que poderia lhe afastar da presidência da república, por acreditar que o afastamento traria insegurança econômica e política ao país.