Escócia: destroços de navio da 1ª Guerra Mundial são encontrados em condições ‘excepcionais’
Mergulhadores afirmaram que acreditam ter encontrado os destroços do navio de guerra britânico HMS Hawke, na costa de Aberdeenshire, na Escócia. Classificados como em estado de conservação “notável” para uma embarcação da Primeira Guerra Mundial, os restos da embarcação devem ser formalmente identificados pela Marinha Real nas próximas semanas. As informações são da BBC.
O HMS Hawke, lançado em 1891, tinha 118 metros de comprimento e 18 metros de largura e foi atacado por um submarino alemão em outubro de 1914. Bombardeado por um torpedo, o navio pegou fogo e explodiu, afundando em menos de oito minutos. Mais de 500 tripulantes morreram, em um naufrágio que teve 70 sobreviventes.
A descoberta dos destroços, a cerca de 110 metros abaixo da superfície, foi feita pelo grupo Lost in Waters Deep, que procura naufrágios em águas escocesas para lembrar as perdas da guerra. Um dos mergulhadores, Steve Mortimer, explicou à BBC como foi o processo de localização do navio.
Segundo ele, foi preciso consultar, por exemplo, o diário do comandante do submarino alemão responsável por afundar a embarcação, que continha uma indicação de onde ele estava quando o torpedo foi disparado. Também foram examinados registros de outras unidades da Marinha Real Britânica, que “trocaram de posto” com o HMS Hawke pouco antes do naufrágio, além de relatos de pesca dos anos 1980, que informavam uma “obstrução” no fundo do mar.
“Foram necessários anos de pesquisa, mas o tempo real de busca no local foi de apenas algumas horas”, disse Mortimer à emissora britânica.
Embora a embarcação tenha se deteriorado após um século no fundo do mar, o estado geral de conservação chamou a atenção dos mergulhadores. Muitos dos decks ainda estão no lugar, assim como a passarela do capitão e um depósito de armas. “É fascinante. O navio claramente foi pego de surpresa (no momento do ataque), porque muitas vigias ainda estão abertas. Você pode olhar e ver salas com xícaras, tigelas e pratos no chão”, afirmou Mortimer.
O mergulhador explicou à BBC que a área onde o barco se encontra tem poucos nutrientes, o que significa que os destroços não foram decompostos de forma significativa por micro-organismos e outras formas de vida que habitam o fundo do mar.