Escola Mun. D. Pedro de Alcântara: pais protestam contra fechamento de turmas

25/10/2017 17:30

Mais um colégio da rede municipal vai perder turmas de Ensino Fundamental. A partir do ano que vem, a Escola Dom Pedro de Alcântara, localizada às margens da BR-040, na subida da Serra, vai atender apenas crianças dos primeiros anos do ensino fundamental. Os alunos do segundo segmento, do 5° ao 9° ano, serão transferidos para uma outra unidade, a cinco quilômetros de distância. Cerca de 50 pais se reuniram na manhã de ontem para protestar contra as mudanças anunciadas pela Prefeitura.

"Queremos que a nossa escola seja revitalizada, passe por obras e receba investimentos. Não queremos turmas fechadas. Nossos filhos têm o direito de continuar estudando aqui", disse Aparecida Vieira, de 41 anos, mãe de duas meninas que estão no ensino fundamental e que serão transferidas para outro colégio.

As mudanças definidas pela Prefeitura impactarão diretamente na vida de 57 famílias. A opção dada pelo governo é matricular estes estudantes na Escola Odette Fonseca, que fica na região do Duques, na entrada da cidade. Segundo os pais, o ônibus que atenderá os alunos da Dom Pedro de Alcântara tem capacidade para 50 estudantes. O restante, segundo eles, ficará sem transporte. "O que vão fazer? Transportar as crianças em pé ou fazer com que peguem quatro ônibus para chegar e sair da escola? Não é justo com as nossas crianças", disse Aparecida. "Temos que pegar um ônibus da Única e descer no Duques. Na volta, pegamos o Duques para o Centro, depois para o Bingen e, de lá, outro da Única para chegar em casa", explicou.

Para outra mãe, Jaqueline Alves de Alencar, de 39 anos, a luta é para manter os alunos na escola. "Estamos fazendo um abaixo assinado que vamos encaminhar para o Ministério Público. Não vamos aceitar o fechamento dessas turmas. Estão impondo para a gente algo que prejudica a comunidade. Queremos diálogo e poder expor as nossas dificuldades", disse Jaqueline, que tem dois filhos na escola.

O vereador Leandro Azevedo (PSB) participou da reunião com os pais e a direção da unidade. Ele afirmou que a lista de escolas que passarão por essas mudanças é grande. "Há diversas escolas nas quais a Prefeitura pretende fechar turmas, remanejando os alunos. Estou indo nessas unidades conversar com os pais e ouvir as dificuldades. Essa questão será levada ao Ministério Público", disse o vereador.

Além da Escola Dom Pedro de Alcântara, pelo menos outras quatro terão turmas suprimidas ou fechadas: Soroptimista (nas Pedras Brancas), Abelardo De Lamare (no Caxambu), Ana Mohammed (na Castelânea) e Colégio Gunnar Vingren (no Valparaíso). A Prefeitura diz que, com a mudança, oferecerá educação integral nas unidades. 

Na Dom pedro de Alcântara, alunos matriculados no ensino fundamental I (1º ao 5º ano) passarão a contar com atendimento em horário estendido a partir de 2018, com reforço escolar e atividades de esporte e cultura. A medida, segundo o governo, vai beneficiar a 67 alunos. A escola também aumentará o número de vagas para o 4º e 5º período da educação infantil – haverá 18 novas vagas.  

Ainda segundo a Secretaria de Educação, a reorganização dos espaços escolares para aumento na carga horária do atendimento dos alunos na rede municipal está prevista no Plano Nacional de Educação, editado em junho de 2014. A meta estabelece que até 2025 o município tenha ensino integral em até 50% das escolas públicas. Hoje apenas quatro, das 115 unidades da rede têm ensino integral, o que representa 3,5% das unidades. São apenas 504 alunos estudando o dia todo.  

Polêmica também na Posse – Na Posse, mais polêmica, desta vez nas escolas Arnaldo Dyckerhoff (localidade do Juriti) e Felix Wan Erven de Barros. A Prefeitura anunciou à comunidade que as duas unidades serão fechadas por um ano para reformas.

No início do ano equipes da Swecretaria de Educação chegaram a anunciar o fechamento de duas escolas: Sebastião Lacerda, no Rocio, e Antônio de Lima, no Brejal. Após manifestações das comunidades onde as unidades ficam localizadas e a interferência do Ministério Público Estadual, por meio da 1ª Promotoria de Justiça da Infância e Juventude da Comarca de Petrópolis, a Prefeitura recuou e as unidades continuam abertas e com todas as turmas.

"Vamos recorrer ao Ministério Público e pedir que nos ajude, assim como foi feito em outras unidades. Não podemos deixar nossa escola acabar", frisou Jaqueline. A Escola Dom Pedro de Alcântara existe há mais de 50 anos.


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