Escolas recebem doações para evitar falta de itens na merenda

28/11/2017 08:38

Pais e responsáveis por crianças e adolescentes que estudam nas unidades escolares de Petrópolis estão doando frutas, legumes e verduras para suprir a falta destes itens na merenda escolar. Após uma reportagem feita pela Tribuna de Petrópolis no último domingo, outros relatos sobre o problema surgiram. A maior preocupação é que a deficiência na alimentação dos estudantes seja solucionada apenas em 2018. Alguns pais afirmam que as diretoras voltaram a aceitar doação de vários itens, principalmente hortifrutigranjeiros, para compor a merenda até o fim do ano letivo.

Na última semana, a “ajuda” estava sendo negada em algumas unidades mas, diante da divulgação de relatos sobre os problemas, a direção de muitas escolas e creches decidiram aceitar a contribuição dos pais, que não querem que os filhos, que passam o dia inteiro e parte da tarde nas unidades, fiquem sem os alimentos. Uma das unidades onde há mais reclamações é o CEI Professor Graça Costa, em Pedro do Rio, onde, na semana, a alegação era que o problema já estava sendo resolvido. Hoje, no entanto,crianças da Educação Infantil continuavam sem frutas, legumes e verduras. Os pequenos receberam biscoitos, rosquinha e achocolatado no desjum e na colação da manhã e da tarde. No almoço, o prato tinha apenas arroz, feijão e ovo. 

Segundo a Prefeitura, a rede, assim como o Cei Professor Graça Costa, estão plenamente abastecidos e faltas pontuais devem ser respondidas pelos diretores responsáveis pelo fluxo de pedidos à secretaria. Diante das inúmeras reclamações após a divulgação do fato, não faltarão diretores tendo que “explicar a falta de merenda”. Além de alegar que trata-se de falta pontual, a Prefeitura diz que em 2018 haverá aumento na compra de produtos da agricultura familiar. A dúvida dos pais, no entanto, é o que o governo vai fazer para resolver o problema até o fim do ano letivo.

A cozinheira Daniele Dutra, que tem um filho de seis anos que frequenta o Centro Educacional Frei Leão, no Alto da Serra, e faz parte do Conselho Escolar da unidade, afirma que recebeu orientações de uma funcionária da Secretaria de Educação. “Ela disse que eu deveria dar, todas as noites, para o meu filho uma sopa reforçada de legumes e verduras para que ele possa aguentar bem o dia seguinte. Como podem falar uma coisa dessas? Ela ainda disse que a situação só será resolvida em 2018! Ao menos agora estão aceitando as doações de alimentos que eu e outros pais estamos fazendo. Pelo menos assim as crianças não passam tanta necessidade”, disse, desolada.

Nas redes sociais, houve manifestação de pais e também de funcionários de diferentes creches municipais. “No Cei A Sementeira, no Bingen, a situação é a mesma, não tem verduras, legumes e frutas! É preciso que resolvam a situação das nossas crianças”, disse uma leitora da Tribuna. “Falta merenda em todos os lados! Na Mosela também tem CEI sem merenda completa. É só propaganda enganosa”, disse.

A Prefeitura afirmou que “sindicâncias já estão sendo abertas para apurar o não cumprimento do cardápio nas escolas que não estão oferecendo os alimentos sem justificativa”. “Não há falta de carnes nas escola se não há nenhuma ordem da secretaria para negar qualquer tipo de alimento aos alunos”,disse Anderson Juliano.




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