Escritora petropolitana, Catarina Maul, lança parceria musical em Portugal

Por Aghata Paredes

Catarina Maul, escritora petropolitana, editora e produtora executiva da Bem Cultural, está trazendo à tona uma nova faceta de sua pluralidade artística, desta vez através da música. Em colaboração com a cantora brasileira residente em Portugal, Inah, Catarina apresenta “Sempre fui” e “À minha maneira”, através da direção musical de Nino Costa. A música está disponível nas plataformas digitais, incluindo o Spotify.

“Em minha trajetória sempre estive ligada com a música, seja como produtora de projetos musicais, roteirista de videoclipes ou idealizadora/produtora de festivais. Só faltava eu saber cantar [risos]. Venho compondo há cerca de 15 anos com parceiros, mas em sua maioria as canções são para trilhas de teatro. Acho que a poesia e a letra da música caminham bem próximas, embora sejam linguagens diferentes”, explica Catarina Maul.

A história dessa parceria musical é marcada por um encontro fortuito em uma produção da Bem Cultural, editora petropolitana, na Baixada Fluminense em 2016, quando Inah estava de passagem pelo Brasil.

Foto: Divulgação

“A internet possibilita que as pessoas estejam longe na geografia, mas próximas em suas lutas, ideais e afinidades. Esta canção a Inah me encomendou a letra, inspirada em poesias minhas que ela admira nas redes sociais. Somos duas mulheres galgando as oportunidades que nos foram negadas por centenas de anos de patriarcado. Agora é nossa vez”, compartilha Catarina, refletindo sobre o poder da parceria e a mensagem de empoderamento feminino presente nas letras.

O lançamento do videoclipe no YouTube e nas plataformas digitais no último sábado (23) representou um marco significativo na carreira de ambas, cujo trabalho reflete temas como liberdade de escolha, autoafirmação e a luta por direitos iguais. Para Catarina, suas composições não são apenas expressões artísticas, mas também veículos para promover discussões que buscam melhorar a sociedade.

“Intensa, inteira, da minha maneira”

Foto: Reprodução/YouTube

“Minha poesia é feminista, política, social. Estou totalmente envolvida nas pautas feministas e também de outras minorias, pois sei que há muita gente sofrendo a dor de suas invisibilidades justamente porque não lhes ensinaram a pensar. Nem sempre agradamos, mas até não agradar às vezes traz orgulho, pois as revoluções nascem de incômodos”, afirma Catarina, destacando o propósito por trás de suas criações.

Além das mensagens explícitas nas letras das músicas, Catarina espera evocar sentimentos de reflexão, empoderamento e solidariedade em seu público. “Quando uma canção como a nossa provoca admiração e sensibiliza até os homens, como os retornos que temos recebido, percebemos a força que existe quando a gente fala pra uma mana: “- Vai lá! Escolhe o seu destino! Decide sua vida! Você é dona de si mesma!”. A sororidade é um mantra poderoso”, acrescenta ela.

Questionada sobre como ela avalia o papel da música na promoção da diversidade cultural e na quebra de barreiras entre diferentes comunidades, como a brasileira e a portuguesa, Catarina Maul conta que nem o Oceano Atlântico impede duas mulheres feministas de ecoar suas vozes.

“Dei sorte de estar compondo com uma brasileira que praticamente mora a vida toda em Portugal, mas conhece bem o Brasil. Há poucos meses obtive minha dupla cidadania portuguesa. Os dois países, apesar de irmãos, têm diferenças no trato com as questões da mulher, mas nossa arte é bandeira para reverberar o nosso poder, afinal, cada mulher que a arte atinge e traz para a reflexão do que é capaz, é luz na luta contra os abusos que sofremos. Nem o Oceano Atlântico impede duas mulheres feministas de ecoar suas vozes em nome de todas as outras”.

Catarina e Inah planejam continuar sua parceria, com novas composições já em andamento. A música está disponível nas plataformas digitais, incluindo o Spotify.

Para aqueles que desejam explorar mais do trabalho de Catarina Maul, seu álbum com canções próprias, intitulado “Sê Pessoa Normal”, em parceria com Marcelo Telles, está disponível nas plataformas digitais, assim como as trilhas de teatro presentes em suas obras literárias, como “Contando e cantando os sonhos de Dumont” e “O Reino dos livros esquecidos” pela Editora Bem Cultural.

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