Especialista esclarece mitos e verdades sobre doação de medula óssea
Milhares de pessoas aguardam na fila por um transplante de medula óssea. No entanto, a chance de encontrar uma medula compatível é, em média, de uma a cada cem mil. Por isso, é importante que novos doadores se cadastrem. Funciona basicamente assim: o voluntário visita o hemocentro de sua cidade, faz um cadastro e retira 5 mililitros de sangue. Esse material será analisado para verificar componentes da medula que indicam a compatibilidade com outros pacientes. Além disso, é realizada uma análise para verificar a existência de alguma doença que poderia ser transmitida a quem receber a doação. Ou seja, “você faz o bem e de quebra você ganha um checkup rápido”, destaca a onco-hematologista Dr.ª Indianara Brandão.
O transplante de medula óssea pode auxiliar o tratamento de cerca de 80 doenças em diferentes estágios e faixas etárias, entre elas leucemia, alguns tipos de câncer, imunodeficiências e anemias graves. O procedimento é seguro e realizado em ambiente cirúrgico e sob anestesia. “Os doadores voluntários, cada vez mais escassos, sobretudo neste momento de distanciamento social, ajudam milhares de pessoas. A doação é simples, rápida e nada burocrática. Fora que a pessoa pode doar várias vezes ao longo da vida, sem qualquer prejuízo para a saúde”, explica a especialista.
Depois dessa 1ª etapa, é só aguardar. Quando alguma pessoa compatível com sua medula necessitar de um transplante, os profissionais entram em contato para fazer o procedimento da doação em si. Para desmistificar esse processo e responder outras dúvidas sobre o tema, a médica apontou os principais mitos e verdades sobre o transplante de medula óssea. Confira:
1. Qualquer pessoa pode doar? MITO!
Os doadores devem estar em bom estado de saúde ter entre 18 e 55 anos e não possuir doenças infecciosas, incluindo a covid-19, câncer ou deficiências no sistema imunológico, como lúpus ou diabetes;
2. O procedimento é doloroso? MITO!
A retirada da medula, ou pulsão é feita em ambiente cirúrgico e sob aplicação de anestesia. É possível que haja um incômodo no local após o procedimento, mas não é algo doloroso.
3. A recuperação é rápida? VERDADE!
Recomenda-se três dias de repouso, podendo ser menos, conforme a condição física do voluntário. Como a doação é prevista em lei, é feito um atestado médico para que o doador possa se ausentar do trabalho neste período.
4. Posso doar mais de uma vez? VERDADE!
A medula se regenera em 15 dias após a doação. Caso seja encontrado um novo paciente, dá pra repetir o processo, em resumo, um único doador pode ajudar várias pessoas.
5. É difícil se tornar um doador? MITO!
É possível se cadastrar como doador qualquer hemocentro, o que seja mais viável e próximo de você. O registro é feito no REDOME – Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea, que é o órgão responsável por procurar voluntários compatíveis entre as pessoas que estão na fila a espera de uma medula compatível. Como o processo envolve uma pequena entrevista e a coleta de sangue, é necessário visitar algum hemocentro presencialmente.
6. A minha doação só vale para a minha cidade? MITO!
O banco de dados é global. Caso não seja encontrado um doador no país em que o paciente está, há uma busca por pessoas compatíveis em outros continentes. Nesse caso, a coleta é feita no país de origem do doador e o governo de cada país se encarrega de transportar o material até o receptor.
7. Devo manter o meu cadastro atualizado? VERDADE!
Algumas pessoas costumam mudar de endereço e telefone. Anos podem se passar até que seja identificada a compatibilidade entre doador e receptor, por isso, manter o cadastro sempre atualizado pode facilitar a sua localização na hora em que for chamado. O mesmo pode ser feito no site do REDOME.