Especialista explica que construções antigas estão mais propícias para que incêndios se alastrem com mais facilidade

22/jun 08:32
Por Maria Julia Souza

Construído no início do século XX, o prédio histórico atingido por um incêndio de grandes proporções, na Rua do Imperador, no último dia 14, chamou a atenção pela rapidez com que as chamas se alastraram, atingindo também o imóvel ao lado, construído no mesmo século.

O coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estácio de Sá, campus Petrópolis, Emílio Farjalla, explica que construções antigas estão mais propícias para que o fogo se alastre com mais facilidade.

“Na maioria das vezes, claro, dependendo da época da construção e dos materiais usados, e sempre dependendo do estado de conservação da edificação”, explicou.

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No caso específico dos sobrados localizados na Rua do Imperador, ele explica que a maioria deles possui uma construção com um grande volume de madeira, material combustível usado em pisos, forros, esquadrias e telhados.

“Além da precariedade das instalações elétricas, em muitos casos, com diversas adaptações ao longo dos anos e sem nenhuma renovação significativa dessa infraestrutura, especialmente com as mudanças de uso desde a função original do prédio, já que as demandas de energia atuais são muito maiores. E claro, também pela falta de dispositivos de combate adequados”, explicou Emílio.

Risco de incêndios em prédios antigos

Para o especialista, reformas e obras sem critérios técnicos e incapacidade das instalações elétricas originais às demandas atuais, podem aumentar a probabilidade de incêndios em prédios antigos.

Ele explica que muitos prédios têm instalações de gás e inabilidade de manusear dispositivos mínimos de combate a incêndios.

“Muitas vezes dificuldades com custos elevados para adaptações de mecanismos de segurança mais eficientes, fazem com que não sejam feitos os investimentos adequados em combate a incêndios, uma economia de alto risco”, explicou ele.

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Cuidados necessários

Para o arquiteto e urbanista, reformas com critérios técnicos e acompanhamento adequado, investimentos em renovação das instalações – sejam elétricas, gás ou hidráulicas, conforme as Normas Técnicas, adequando às demandas de equipamentos a que se destina a ocupação do prédio, naquele momento, são alguns cuidados necessários para evitar que ocorram incidentes como o que aconteceu na Rua do Imperador.

Além disso, ele também destaca como formas de prevenção, a manutenção preventiva em telhados, forros, pisos e esquadrias, que são materiais combustíveis. Investimentos em equipamentos de prevenção e combate a incêndio e treinamento dos usuários também são medidas citadas pelo especialista.

Reformas

Ele finaliza explicando o que é necessário ser considerado na hora de realizar reformas em imóveis antigos, para a prevenção de incêndio e outros incidentes.

“Projetos que contemplem a adequação das instalações e mecanismos de prevenção adequados às especificidades dos imóveis históricos, acompanhamento técnico e especialmente o cumprimento de normas que garantam a instalação e o bom funcionamento dos mecanismos de proteção. E claro, fiscalização objetiva dos órgãos competentes”, finalizou.

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