Especialista orienta tutores a não fazerem caminhadas com cães em piso quente nesta época do ano

Altas temperaturas podem afetar cães e gatos de muitas formas e para protegê-los são necessários alguns cuidados

08/12/2023 14:19
Por Redação/Tribuna de Petrópolis

O verão começa no Brasil, oficialmente, dia 22 de dezembro, mas os termômetros já registram altas temperaturas no estado do Rio. De acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM), o atual fenômeno El Niño deve durar pelo menos até abril de 2024. Por isso, é importante prestar atenção às recomendações de profissionais para proteção contra o aquecimento, não só para humanos, mas também para os animais.

Um dos hábitos mais preocupantes neste período é o passeio com os cães, explica a médica veterinária Laura Granato, da Clínica Amigo Bicho.

“Nesta época do ano, é preciso ter bom senso. O responsável pelo animal precisa colocar o pé no chão descalço para verificar a temperatura. Se tiver desconfortável para o humano, estará desconfortável para o animal também. O passeio do animal no piso quente pode provocar queimaduras graves nas patas, além do calor excessivo poder provocar exaustão e danos aos órgãos internos, podendo ser fatal. Por isso, a recomendação é que o tutor saia com o cão de manhã bem cedo, quando a temperatura está agradável, mas o melhor mesmo é sair com ele à noite, quando não houver mais sol”, frisa.

As altas temperaturas também afetam os animais em uma série de outros aspectos. “Os primeiros sinais que os animais começam a apresentar estão na respiração que fica mais ofegante. Eles ficam mais arfantes. A língua fica bem para fora, começam a ficar cansados, com salivação excessiva, sem disposição, parados, às vezes, desnorteados, até mesmo agitados por conta da dificuldade de fazer a troca de calor. É importante deixar potes de água à disposição em um lugar com sombra, o que pode ser feito também pela população para os animais de rua, trocando a água sempre que possível”, recomenda Laura.

O estímulo na hidratação também é essencial para os gatos, como recomenda a médica veterinária Priscila Mesiano.

“O uso de sachês nesta época facilita muito a hidratação dos felinos, sendo muitos deles uma alimentação completa, auxiliando na saúde renal, urinária e também no controle da obesidade e diabetes, deixando o gatinho feliz ao comer texturas diferenciadas. Podem ser usados, inclusive, como gelinho ou picolezinho, batidos no liquidificador ou no mixer, colocados em forminhas de gelo e oferecidos ao gatinho para que ele possa ir lambendo”, ensina Priscila.

Quanto às raças, as que mais sofrem neste período são as braquicefálicas. Aquelas conhecidas por apresentarem uma cabeça de formato “achatado” e o focinho de tamanho “encurtado”, como Pug, Shih tzu, Buldogue francês, Buldogue Inglês, Pequinês, Lhasa Apso, Boxer, Cavalier king charles spaniel, Boston terrier e, entre os gatos, Birmanês, Shorthair exótico e Persa. Animais que precisam do dobro de cuidados, já que possuem organismos que superaquecem muito mais rapidamente, devido à dificuldade com a troca de calor.

Todos os animais, principalmente os braquicefálicos, precisam de cuidados especiais com os olhos, como explica a médica veterinária, com ênfase em oftalmologia, Natacha Pereira.

“É preciso dar atenção para esta área, sendo recomendado o uso de lubrificantes em gel mais espessos, que durem mais na superfície ocular, protegendo do ressecamento do ar condicionado, ventiladores, como também da água de piscina e praia. Outro item que pode ser usado são óculos escuros específicos para os pacientes que possuem pálpebras despigmentadas e consigam se adaptar. Os lubrificantes são comprados em farmácias humanas e os óculos em pet shop”, ensina Natacha.

No mercado pet ainda existem outros produtos destinados à proteção nesta época do ano como tapetes e bebedouros gelados, protetores solares, que devem ser usados em animais de pele clara, bálsamo para hidratação de patas e focinhos, antiparasitários para prevenção de pulgas, mosquitos e carrapatos, que podem causar doenças graves, dentre outros artigos.

Para aqueles que não tiverem acesso a estas novidades e não puderem colocar ar condicionado em casa, vale também algumas dicas finais, como usar uma toalha de corpo ou rosto, molhar em água gelada, dar uma torcida e colocar em cima ou abaixo do pet, o que ajuda a resfriar o corpo. Outra possibilidade para refrescar é oferecer ao pet frutas picadas e congeladas.

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