Esporte como pauta das eleições municipais deste ano

10/jan 08:00
Por Roberto Márcio, especial para a Tribuna

2024 será um ano de eleições gerais em Petrópolis. Os petropolitanos aptos a votar irão às urnas em outubro para escolher o novo prefeito e vereadores em uma escolha que ocorre num país dividido ideologicamente. Todos os setores da sociedade são levados em conta, mas quero falar do esporte – assunto que me motiva a escrever todos os dias há 35 anos.

O que o petropolitano quer como política para o desporto? Uma ação mais incisiva da prefeitura, abertura maior para o desenvolvimento de uma pequena “indústria” na promoção e incentivo de eventos? Mais atividades para as comunidades? São perguntas que vão nortear quem faz a campanha de cada candidato. O que não dá mais para esconder é que o petropolitano é um sujeito talentoso. Tem destaque!

Prova disso é o futebol. O meia-atacante do Vasco, Gabriel Pec, está sendo vendido para o LA Galaxy, dos Estados Unidos, e vai levar o estilo que aprendeu em clubes como o Carangola para o exterior; o meia Luiz Henrique vê a lista de interessados aumentar cada vez mais, pois desta vez o Corinthians se interessou pelo garoto. E vamos dissertar sobre mais esportes. Vale os candidatos investirem pesado nesse setor?

Nos esportes olímpicos, crescimento nos últimos anos já chama a atenção

Os Jogos Olímpicos de Tóquio registraram recorde de petropolitanos, de forma direta ou indireta, no maior evento do país. Entre os destaques, Henrique Avancini, que, apesar de aposentado, fez muito por divulgar o mountain bike da cidade no exterior. Ele não é o único a brilhar lá fora. Gustavo Leal, ouro em Tóquio, vive ótimo momento como técnico no San Luís, do México. E tem mais vindo por aí.

Empresas pouco divulgam suas marcas em apostas locais

Os empresários de Petrópolis, salvo exceções, ainda são muito arredios quanto a investir mais pesado em atletas, clubes e competições. O retorno não seria satisfatório, diriam. Pois bem, há em Petrópolis o melhor time de hóquei feminino do Brasil, sendo base da seleção brasileira, além de promessas como Isabela Faria, na natação aquática, o já consagrado Gabriel Borges, no iatismo. É hora de repensar valores.

Não seria o caso de diversificar os investimentos? Ter um olhar para as comunidades, onde estão boa parte dos talentos do futebol e em outros esportes, ou então apostar em grandes eventos, como foi a Copa do Mundo de mountain bike? Existe uma lei fiscal voltada para o esporte, que segue parada e sem expectativa de ser colocada em prática. É hora de evoluir pelo bem do desporto municipal, não acham?

Corrida de rua cresce, mas resultados caem ladeira abaixo

Nos últimos anos, se o número de corridas de rua em Petrópolis cresceu exponencialmente, os resultados caíram ladeira abaixo. Desde que o treinador Henrique Viana, criador da Pé de Vento em 1983, deixou Petrópolis e se mudou para o interior de Goiás, não se vê mais resultados de impacto nacional e internacional. Há quem se lembre do bicampeonato da São Silvestre e convocação de atletas para as Olimpíadas.

O apoio aos esportes estudantis é obrigatório

A Lei Orgânica municipal obriga os governos a investirem prioritariamente nos eventos estudantis. E isso vem sendo cumprido religiosamente, ao menos e vale destacar que a constituição veda o uso do dinheiro público em instituições profissionais, neste caso a lei foi montada como uma indireta (ou direta mesmo!) a times de futebol, como o Serrano.

Por uma política municipal voltada para vários setores?

Sim, efetivamente ter uma secretaria de esportes que conecte propósitos dos petropolitanos. Este talvez seja o maior desafio para que se implemente uma política para o desporto que atenda a atletas, instituições esportivas, empresários do setor e as comunidades em geral. Para isso, serão necessárias duas coisas: 1) Pessoas capacitadas para executar as tarefas; 2) Orçamento adequado para isso.

Os clubes deveriam se organizar para receberem o mecanismo de solidariedade

Nesta semana, o ex-jogador e hoje técnico, Baianinho, disse que os clubes petropolitanos deveriam se organizar melhor para entrarem em acordo com as entidades profissionais para receberem parte do mecanismo de solidariedade da Fifa, aqueles cinco por cento de quando um jogador é vendido para o exterior. O Serrano comeu mosca com Kevin Kuranyi e Gabriel Pec, por exemplo, começou no Carangola. Ou seja, se forma aqui para um outro clube pegar o talento, vendê-lo e ficar com o lucro.

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