Estacionamento irregular gera transtornos para motoristas em diversas regiões da cidade

19/10/2019 11:50

O estacionamento irregular de veículos é motivo de transtornos para motoristas que trafegam pelos diferentes bairros do município e colabora constantemente para os engarrafamentos e lentidão no trânsito. Na última terça-feira, um ciclista faleceu após ser atropelado na Avenida Barão do Rio Branco, ao desviar de veículos estacionados sobre a ciclofaixa. Em Petrópolis, entre as 10 maiores incidências de infração de trânsito, segundo o Detran-RJ, três estão relacionadas ao estacionamento indevido, e até setembro deste ano somavam 271.627 multas.

De acordo com os dados do Departamento de Trânsito (Detran), entre as 10 maiores incidências de infração na cidade, três são relacionadas ao estacionamento irregular, entre elas, o estacionamento sobre as calçadas e faixas de pedestres (132.290), fora de locais regulamentados (97.367) e em locais e horários em desacordo com a sinalização (41.970), que juntas somam 271.627 multas.

Ainda segundo o Detran, Petrópolis é a sétima cidade do Rio de Janeiro com a maior frota de veículos. Até o mês de setembro deste ano, foram contabilizados 175.419 automóveis em circulação na nona cidade mais populosa do estado, com 295.917 habitantes, de acordo com o último Censo do IBGE.

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O aumento gradativo no número de veículos em circulação reflete no dia a dia da cidade, gerando transtorno na circulação, principalmente de carros e ônibus. Diversos tipos de veículos fazem parte da frota total da cidade, mas o número de carros é o maior, com 116.530, seguidos de motocicletas com 26.631. No mesmo período no ano passado, o número de carros e motocicletas era de 113.788 e 25.647, respectivamente.

Segundo a Setranspetro, somente este ano, as empresas de transporte público de Petrópolis protocolaram 136 ofícios na CPTrans cobrando por fiscalização sobre o estacionamento irregular de veículos particulares que prejudica a operação dos coletivos, causando perdas de viagens, atrasos e até mudanças de itinerário.

Este mês, o problema foi alvo de três matérias publicadas na Tribuna de Petrópolis, nas ruas do Expedicionário e Manoel Torres no Bingen, rua Santa Rita de Cássia, no Castrioto e rua Hivio Naliato e estrada do Samambaia, em Corrêas, porém o problema é recorrente em diversos bairros da cidade.

Na rua Professor Stroeller, no Quarteirão Brasileiro, segundo moradores, o estacionamento indevido é recorrente, mas após o acidente da última terça-feira, quando o ciclista Carlos Alberto Guimarães, de 63 anos, faleceu após ser atropelado enquanto desviava de um carro estacionado irregularmente na ciclofaixa, o número de carros na rua aumentaram. “Desde que o Fórum se instalou aqui, tanto a Barão, quanto o Quarteirão, se tornaram estacionamentos, mas com a fiscalização na Barão essa semana, os carros migraram para cá. O problema só mudou de endereço. Pagamos um absurdo de impostos e somos lesados em todos os sentidos, a própria população não tem consciência e para em local impróprio, porque sempre quer o que é mais cômodo e fácil, e sem uma fiscalização, os bairros ficam a mercê de acontecer outro acidente”, apontou a professora, Cíntia Cantú Machado, moradora da localidade.

Cíntia relata, que há dois anos, sofreu um acidente na via, causado pelo mesmo problema. Na ocasião, ela subia a rua quando outro motorista, para desviar dos veículos parados, colidiu com o carro dela. “Quando o acidente aconteceu, a via inteira parou, a CPTrans veio, colocou placas de sinalização e fez a fiscalização, mas hoje, as faixas que eles tinham pintado quase não existem mais, as placas foram arrancadas e o estacionamento continua. Pode ser que eu me engane, mas se não houve uma fiscalização permanente, a situação na Barão voltará a ser a mesma de antes do acidente, porque eles fiscalizam no momento que acontece alguma coisa, passa algumas semanas a situação volta, assim como voltou depois do meu acidente.”, disse ela.

O motorista, José Roberto Alves, relata que precisa estar atento para desviar de carros e ciclistas que passam pela pista de rolamento. “Não atrapalha só a passagem dos ônibus, mas traz insegurança para quem utiliza a ciclofaixa. Eles precisam vir para o meio da rua, e a gente tem que tirar ‘fininho’ deles ou jogar para faixa da esquerda, o que atrapalha quem está passando. Na Barão, até os carros particulares precisam invadir a ciclofaixa porque se não ele bate no outro carro”, disse ele.

Para ao arquiteto e urbanista, Orlindo Pozzato, o problema do estacionamento irregular acontece devido a falta de operação da CPTrans, órgão regulador de trânsito na cidade, e o desrespeito dos motoristas: “Petrópolis tem solução, mas para resolver é necessário uma série de ações, porque a cidade cresce e não vai parar de crescer, porém é preciso olhar para a cidade como um todo, o estacionamento irregular, por exemplo, acontece primeiro devido a desordem social, do povo que utiliza algum veículo e que para em qualquer lugar e porque a Prefeitura permite a ocupação e o uso dos espaços”, apontou Pozzato.

Em nota, a CPTrans informou que um dos maiores desafios, atualmente, é o combate ao estacionamento irregular e disse ainda que mantém um cronograma de incursões aos locais por meio de rondas e também atendendo às demandas dos moradores e aplicando as medidas de acordo com cada irregularidade encontrada. Para quem quiser denunciar o estacionamento irregular, a CPTrans disponibiliza um número de telefone para as denúncias – 156 e pelo 2237-1703.

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