Estrutura instalada para garantir segurança representa risco no BB

19/07/2017 09:40

Quase dois anos depois de a Tribuna denunciar o estado de abandono do prédio onde funcionou o Banco do Brasil, na esquina das ruas do Imperador e Alencar Lima, em uma das áreas mais nobres do Centro Histórico de Petrópolis, mudou muito pouco. O imóvel, que é tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), foi fechado em 2012 e segue em estado precário, com a fachada apresentando sinais claros de degradação. Hoje, a única medida adotada pelo banco para tentar proteger quem passa pela região de um acidente – a instalação de uma estrutura de madeira ao redor da fachada em outubro do ano passado – agora representa mais um risco. O tapume, já com várias partes quebradas, sofre com o desgaste provocado pelo tempo e serve de depósito de lixo e abrigo para pessoas em situação de rua.

Quem passa pelo local lamenta o estado de abandono do prédio, que durante anos abrigou uma agência do Banco do Brasil. “Acredito que uma instituição dessa magnitude deveria manter os imóveis que lhe pertencem em boas condições estruturais, mesmo não estando em uso. Se pararmos para avaliar que Petrópolis é uma cidade histórica e turística percebemos ainda mais o descaso. Sem contar os riscos que nós pedestres corremos com marquises, e tapumes nessas condições”, disse a aposentada Gilda Kling.

A coordenadora de vendas Roberta Kling partilhou da mesma opinião. “Manter o lugar seguro é o básico do que deveria ser feito. Além disso, ter um espaço tão bonito e amplo como esse inativo e se deteriorando cada vez mais é uma vergonha”, disse. “Esse prédio tem grande importância para a cidade e precisa de investimentos. Se o Banco do Brasil não tem interesse ou recursos para transformar aquele espaço em um espaço cultural, promovendo a cultura da cidade, como fez no Rio de Janeiro, que tenha mecanismos para restaurar o prédio”, ressaltou a presidente da Ama Centro Histórico, Mirian Born.

O imóvel, construído em 1926, é tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), que, notificou diversas vezes os responsáveis pelo Banco do Brasil para que efetuassem a limpeza interna do bem e apresentassem um projeto de restauração. Apesar de o serviço de limpeza ter sido executado, as intervenções para garantir a preservação do patrimônio, segundo o Inepac, não foram realizadas, agravando, ainda de acordo com técnicos do instituto, a situação do imóvel. 

Neste ano, após o caso ser denunciado ao Ministério Público, o Banco do Brasil apresentou o projeto de restauração da fachada e da cobertura. O mesmo já foi aprovado pelo Inepac e o banco, agora, tem que realizar licitação para contratar a empresa que executará o serviço. Questionado, o Banco do Brasil não respondeu aos questionamentos feitos pela Tribuna.



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