Estudo publicado pela RadioSerra em Congresso Americano de Oncologia pode oferecer novo modelo de tratamento para o câncer de mama

Estudo liderado por estagiário da clínica avaliou dados de pacientes do mundo inteiro

25/jun 16:18
Por Redação/Tribuna de Petrópolis

A clínica Rádio Serra Radioterapia de Petrópolis marcou sua participação no Congresso da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco) 2024, realizado em Chicago, com a apresentação e publicação do estudo Radioterapia HipoFracionada em Câncer de Mama. A pesquisa mostra a eficácia no tratamento com cinco frações diárias de radioterapia, em casos em que foram adotadas a cirurgia conservadora para câncer de mama. O trabalho liderado pelo estudante de medicina e estagiário da clínica, Renne Bart, com a coordenação do médico radio-oncologista, Daniel Przybysz, pode representar uma mudança na rotina do tratamento, que atualmente considera a prática de 25 ou 30 frações diárias, e oferece melhor compreensão sobre as reações clínicas em diferentes níveis.

A iniciativa busca contribuir com os profissionais da área com dados de relevância e embasamento técnico, sobre como o modelo de tratamento pode reagir nos pacientes. 

“Seguimos na constante busca pelo entendimento mais aprofundado sobre os efeitos colaterais que o tratamento pode oferecer e consequentemente, proporcionar melhores resultados e maior qualidade de vida aos pacientes”, destacou Daniel Przybysz.

Para o estudo, foram verificadas informações de 101 pacientes, que estiveram em tratamento entre janeiro de 2020 a junho de 2023. Conforme aponta a pesquisa, “este novo modelo demonstrou ser uma alternativa segura para radioterapia adjuvante após cirurgia conservadora de mama”. 

“O trabalho foi feito com dados de pacientes do mundo inteiro e foi um sucesso em termos de entendimento de como são os padrões de cada tratamento“, explicou o estudante, Renne.

Todos os dados foram exportados e analisados quanto à demografia, sendo traçado um perfil clínico, parâmetros dosimétricos e efeitos colaterais avaliados com base em consultas individuais, antes e depois do tratamento. Como um dos resultados, o estudo estabelece um padrão para a ocorrência de dermatite em pacientes submetidos ao tratamento oncológico. O trabalho oferece melhor compreensão sobre as reações clínicas em diferentes níveis.

A média de idade dos pacientes analisados foi de 64 anos. Desses, 48 deles, representando 47%, apresentaram dermatite por radiação de qualquer grau; outros 33 (32%) tiveram a reação em grau 1; 9 (8%) no grau 2; e 6 tiveram grau 3 ou 4 (5%). A pesquisa mostrou que os pacientes com mais de 60 anos, apresentaram maior predisposição para o desenvolvimento de dermatite. O efeito colateral foi identificado em 70% dos casos analisados.

O estudo apontou ainda algumas reações durante o tratamento: 30% dos pacientes relataram sentir dor aguda durante as sessões; 23% destacaram dor e queimação; 16% tiveram edema; e 4% prurido (coceira).

“Os dados do estudo são de extrema relevância para melhor compreendermos os efeitos colaterais, em seus diferentes graus, de acordo com o perfil dos pacientes e assim, podermos atuar na busca do maior conforto dos pacientes durante o tratamento”, completou o médico radio-oncologista, Daniel Przybysz.

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