Etiqueta e bom senso

22/03/2023 08:00
Por Fernando Costa

Boas  maneiras não são privilégio de quem convive em embaixadas e palácios  ao som de finos cristais. É muito fácil dizer: bom dia, boa tarde ou boa noite! Com licença, muito obrigado, por favor! Perdoe pelo equívoco. “Muito bem”, se a atitude merecer um elogio.

Se eu disser que a pessoa é minha convidada é óbvio que serei o encarregado em pagar a conta. Jamais visitar sem avisar, pois, correrá o risco de ouvir da pessoa “eu estava de saída” ou “me desculpe não poder lhe receber”.

Deixar o celular à mesa, imperdoável. Sim, a pessoa se sentirá desprestigiada. Carregar a bolsa da mulher (essas de passeio) é de extremo mau gosto. Se o motorista passar com o automóvel em uma poça d’água e molhar o transeunte é gesto grosseiro. Se lhe dirigirem uma ofensa jamais o revide com um palavrão. Ignore-o.

Não é elegante perguntar a idade, riqueza, problemas pessoais, política, presentes, receitas médicas, futebol ou religião, à exceção se houver intimidade. Gritar, “ei você”, “oi” “fulano” é deplorável. Use perfume, mas, com moderação… Jamais toque em uma senhora sem sua permissão, beijar, segurar a mão a não ser para ajuda-la, se necessário. Fumar? Nem pensar.

Repetir o mesmo assunto só aos idosos, esses sim, devem ser tratados com carinho e paciência. Rir alto, credo! Os bons costumes são visíveis à pessoa ao visitar um museu, mas,  deixe  que os demais espectadores contemplem a arte.  Não se prostre diante da obra e fique a fazer “selfies”…

A observância a regras e costumes é essencial. Respeito à religião. Jamais visite templos com trajes inadequados. A fila é demonstração de afabilidade e a prioridade aos longevos, gestantes e portadores de necessidades essenciais é, sobretudo, demonstração de bom senso.

Não se devem depredar jardins. Não colha flores ou mudas em casas e hotéis. Na China, “raspar” o prato pode significar que o alimento foi servido de forma insuficiente. Aqui no Brasil se dá o contrário, evidencia que alimento estava saboroso. Respeite as crenças e costumes. Cada qual professa sua liturgia. Nos Estados Unidos e em diversos países o espaço é sagrado; não o invada.

Não é motivo de espanto um cumprimento entre homens através de um beijo na face porque são comuns no extremo Sul, Argentina, Uruguai, Grécia, União Soviética e outros mais. Na Europa entrar em uma loja e escolher o produto sem pelo menos cumprimentar o funcionário é prova de má educação. Na Itália pedir “queijo parmesão” se o prato não o incluir é atestado de ignorância.

Em Singapura jogar um chiclete no chão é passível de altas multas. Se fumar nas ruas do Japão será processado, salvo nos “fumódromos” e oferecer gorjeta na Terra do Sol Nascente é deplorável o que não ocorre  em U.S. A,  faz parte nos bares, restaurantes (palitar os dentes e o uso de fio dental, só no reservado às portas fechadas!), hotéis  gratificar ao carregador de malas é sinal de boa convivência. Jamais marque um encontro e deixe o anfitrião à espera.

Avise se houver imprevisto. Tenha consciência ambiental. Por que deixar o ar condicionado ligado, torneiras abertas e tomar banhos longos? Por não estar em casa? Em um “Cruzeiro” no navio não vá ao baile do comandante com um traje incompatível. Minha avó dizia que caldo de galinha e cautela nunca fez mal a ninguém.

É comum se viajar de trem na Europa. Há lugares marcados, portanto mesmo vago  use apenas o seu. Como vimos a etiqueta não é privilégio só de afortunados. Conheço inúmeros sem a notoriedade global, no entanto, fidalgos. Sabe-se que a elegância está nas sutilezas ou num sorriso!

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