EUA e Canadá interceptam aviões militares da Rússia e da China voando perto do Alasca
O Comando de Defesa Aeroespacial da América do Norte (Norad, na sigla em inglês) afirmou que aviões militares da Rússia e da China foram interceptados voando perto do Alasca nesta quarta-feira, 24. Caças dos Estados Unidos e Canadá realizaram a intercepção, de acordo com o Comando, que é uma organização de defesa binacional dos dois países.
“O Norad detectou, rastreou e interceptou duas aeronaves militares russas TU-95 e duas RPC H-6 operando na Zona de Identificação de Defesa Aérea do Alasca em 24 de julho de 2024. Caças Norad dos Estados Unidos e Canadá conduziram a intercepção”, disse o comunicado.
Segundo o comando, as aeronaves permaneceram no espaço aéreo internacional e a atividade aérea não é vista como uma ameaça. “O Norad continuará monitorando a atividade dos concorrentes perto da América do Norte e responderá à presença com presença”, disse a nota.
A Zona de Identificação e Defesa é um perímetro no qual o tráfego aéreo é monitorado além da fronteira do espaço aéreo nacional para fornecer tempo de reação adicional em caso de ações hostis.
Não é incomum que aeronaves russas se aproximem da região. Em junho de 2020, por exemplo, duas aeronaves russas chegaram a 80 quilômetros da Ilha Unimak, ao longo da cadeia das Ilhas Aleutas, no Alasca. Na época, o incidente foi o quinto em um só mês que tal interceptação ocorreu. O episódio mais recente foi em maio, quando quatro aeronaves militares russas foram detectadas e o Comando afirmou que a atividade “ocorre regularmente”.
Mas a detecção de aeronaves da China parece ser uma novidade, sendo a primeira vez que Rússia e China realizam uma patrulha conjunta de aviões bombardeiros no Alasca, de acordo com a imprensa americana.
Mesmo assim, a presença chinesa não é considerada uma surpresa pelas autoridades. Em março, general da Força Aérea Gregory M. Guillot, chefe do Norad e do Comando Norte dos EUA, alertou legisladores americanos que aviões de guerra da China poderiam começar a atuar na região ainda este ano, segundo a revista Air&SpaceForces.
“Felizmente, ainda não vimos aeronaves chinesas operando perto de nossas zonas de identificação de defesa aérea, mas acho que isso acontecerá já neste ano”, disse na época Guillot ao Comitê de Serviços Armados da Câmara. “Isso mostra uma preocupação geral que tenho sobre a crescente capacidade da China não apenas com aeronaves, mas também com navios e até submarinos sendo capazes de se distanciar mais da China e se aproximar de nossas costas.”