EUA preparam sanções contra Belarus
Os Estados Unidos planejam implementar uma série de sanções contra Belarus, após o desvio de um voo da Ryanair no último domingo (23) que resultou na prisão de um opositor político em Minsk.
Além das medidas já anunciadas nas últimas semanas, a Casa Branca informou que elabora com a União Europeia uma lista de sanções seletivas contra membros-chave do regime de Lukashenko.
“O desvio forçado, sob falsos pretextos, de um voo comercial que circulava entre dois Estados membros da União Europeia, e a prisão do jornalista Roman Protasevich constituem um desafio direto às normas internacionais”, declarou a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki.
As sanções econômicas contra nove estatais de Belarus, que voltaram a ser impostas em abril, após a repressão a manifestantes pró-democracia, entrarão em vigor em 3 de junho.
Após as disputadas eleições de 2006, Washington proibiu qualquer transação com essas empresas, sanção levantada em 2015 pelo Tesouro americano, após alguns avanços.
A Casa Branca emitiu um alerta desaconselhando seus cidadãos a viajar para Belarus. Também confirmou que o Departamento de Justiça, incluindo o FBI, investiga o incidente, em cooperação com pares europeus.
A União Europeia estuda a possibilidade de aplicar sanções contra Belarus, indicou na quinta-feira o chefe da diplomacia do bloco, Josep Borrell.
Em uma clara demonstração de apoio ao regime de Lukashenko, Putin o recebeu na sexta-feira na cidade de Sochi. Putin elogiou os resultados concretos da reaproximação com Belarus.
“Estamos construindo uma união mais forte” entre os dois países, declarou Putin. “Estamos avançando continuamente nessa direção e esse trabalho já está produzindo resultados concretos para nossos cidadãos.”
No domingo, Belarus desviou um voo entre Atenas e Vilna para Minsk, medida que, segundo as autoridades do país, foi necessária devido ao alerta de bomba que receberam e que culminou na prisão de um jornalista dissidente que viajava no avião. Para a UE, que imediatamente pediu às companhias aéreas que evitassem o espaço aéreo do país, o alerta de bomba foi uma farsa.
Desde o ano passado, a pressão da oposição contra Lukashenko aumentou depois de denúncias de fraudes eleitorais.