Eurogrupo acerta orientações gerais para política fiscal em 2023

11/07/2022 15:16
Por André Marinho / Estadão

O Eurogrupo, que reúne os ministros das Finanças da zona do euro, acertou, nesta segunda-feira, 11, as orientações gerais para a política fiscal em 2023. Em comunicado divulgado após reunião, as autoridades enfatizaram consenso de que os governos devem evitar medidas que aqueçam a demanda agregada, em meio à escalada da inflação.

Segundo a nota, o cenário macroeconômico na região se deteriorou desde março, após a invasão da Ucrânia pela Rússia e o consequente avanço dos preços de energia. Os ministros avaliam que, embora as economias tenham demonstrado resiliência aos choques, a volatilidade nos mercados financeiras permanece alta e gargalos na cadeia produtiva persistem.

“A atual situação econômica e o aumento da incerteza exigem um desenho cuidadoso da política fiscal, incluindo a qualidade das medidas, e a coordenação das políticas fiscais na zona do euro em 2023”, destaca o texto.

Nesse ambiente, o representantes do bloco defendem que os governos devem tentar preservar a sustentabilidade da dívida pública, com foco no alívio aos gargalos de oferta. Ações como redução de impostos para mitigar a alta dos preços de energia devem ser temporárias e focalizadas, acrescenta a nota. “A este respeito, as medidas de renda são, em princípio, preferíveis às medidas de preços”, explica.

Em coletiva de imprensa após o encontro, o presidente do Eurogrupo, Paschal Donohoe, assegurou que os países evitarão políticas que alimentem as pressões inflacionárias atualmente salientes. Já o comissário da União Europeia (UE) para a economia, Paolo Gentiloni, afirmou que os governos devem estar preparados para adaptar suas posições fiscais.

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