Evento em defesa do tombamento da Casa da Morte acontece nesta sexta
Um grupo criado com o objetivo de garantir o tombamento da Casa da Morte em Petrópolis, promove nesta sexta (27), data em que se completam três anos da morte de Inês Etienne Romeu, um encontro a partir das 18h na Praça da Inconfidência. A revolucionária foi a última sobrevivente do ambiente de tortura mantido no início dos anos 70. A intenção do ato é discutir a ditadura e as ações em torno da transformação do espaço num centro de memórias. O movimento vem sendo discutido pela Comissão Municipal da Verdade e pelo conselho que determina as ações de tombamento de espaços em Petrópolis. Segundo a jornalista Márcia de Almeida, a situação precisa ser resolvida imediatamente e por isso requer o apoio da população.
Há cerca de dois meses, Márcia abandonou a residência no Rio e subiu a serra para se dedicar a esta causa. Ela diz que sua ligação com Inês foi após uma entrevista realizada em 78. De acordo com a jornalista, o esforço é para que o local siga referências como o Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) em São Paulo, também utilizado para tortura no período militar.
O Grupo Inês Etienne Romeu vai apresentar vídeos e imagens sobre a ditadura, depoimentos de filhos e netos de quem viveu a realidade destes anos e vai contar ainda detalhes sobre o uso da residência localizada em Petrópolis. Esta é a primeira ação do coletivo, formado por seis petropolitanos que militam pela causa.
A casa, que fica no bairro Caxambu, funcionou entre o período de 1964 e 1970. No local, diversos presos teriam sido torturados e mortos. Inês permaneceu na casa por 99 dias e saiu com 32 quilos, tendo como destino a morte, mas conseguiu se recuperar e localizar a casa. Após ser condenada, cumpriu 10 anos de cadeira e foi a última a ser solta, após a anistia. O espaço foi desativado em 1973, após a saída do comandante do 1º Exército no Rio, General Sylvio Frota.