Evoluir é conter o ruído
Os barulhos da nossa redação já foram do Linotipo, uma máquina bem grande que organizava textos em pesados blocos de chumbo. Depois, os sons viriam de máquinas de escrever batendo textos; nessa época, errar uma palavra significava um borrão preto na folha. Logo após era a vez dos monitores de tubo e os computadores, aqueles enormes objetos meio bege e sem graça. Os barulhos da nossa redação eram do ruído inesquecível e demorado para se conectar à rede. A internet evoluiu e mais pessoas começaram a usar as telas para se informar. A conexão ficou mais rápida e o computador pessoal virou um fato. A partir daí, os barulhos eram outros: impressoras, xerox e scanners faziam parte da sinfonia jornalística do nosso dia a dia.
O smartphone, mais recente do que parece ser, mudou todos os parâmetros de consumo da informação. Ombros disputando espaço nas bancas para ler as últimas manchetes se transformaram em três toques na tela. A distribuição matinal de jornais impressos se transformou em um único clique para distribuir a milhares de pessoas.
Nas últimas edições impressas deste jornal que tem mais de um século, não estamos lamentando o fim do nosso impresso. Nossa versão online, mais forte do que nunca, vai vir com novidades, muito conteúdo e o jornalismo de sempre. Tudo bem, a folha na mão tem seu charme, a sensação de ler um jornal inteiro, sentado no sofá, é única. Mas, assim como a gente, pense pelo lado positivo: os barulhos da nossa redação passaram a ser somente vozes dos jornalistas debatendo qual é o melhor conteúdo para você.