Ex-deputado federal Nelson Sabrá é alvo de operação que investiga fraudes na Eletronuclear

25/06/2020 11:25

O ex-deputado federal Nelson Sabrá foi alvo na manhã desta quinta-feira (25) da Operação Fiat Lux, deflagrada pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela Polícia Federal (PF) para investigar desvios de recursos em contratos com a Eletronuclear. Filho do ex-prefeito de Petrópolis Jamil Sabrá, Nelson foi deputado estadual, secretário de Obras da Prefeitura de Petrópolis e presidente da Comdep, no governo do pai e, mais recentemente, secretário de Desenvolvimento Econômico no governo Paulo Mustrangi. Ele foi levado de sua casa, na Duarte da Silveira, para a sede da PF, no Quitandinha. A Tribuna entrou em contato com o advogado de do ex-deputado, mas ele informou por telefone que só poderia falar depois de ter acesso ao processo.

Estão sendo cumpridos 12 mandados de prisão temporária e 18 de busca e apreensão no Rio de Janeiro (capital, Niterói e Petrópolis), São Paulo e no Distrito Federal. A ação é um desdobramento das operações Radioatividade, Pripyat, Irmandade e Descontaminação. Além de Nelson Sabrá, também são alvos da ação desta quinta-feira um ex-ministro, empresários e ex-executivos da estatal, além de pessoas que contribuíram para lavagem de ativos. Também foram solicitados o sequestro dos bens dos envolvidos e de suas empresas pelos danos materiais e morais causados, no valor de R$ 207.878.147,18. 

O MPF chegou aos envolvidos da operação desta quinta-feira a partir da colaboração premiada de empresários presos na Operação Blackout, realizada em 2017 pela Força-Tarefa da Lava Jato no Paraná. Com esses depoimentos foi elucidado o pagamento de vantagens indevidas em pelo menos seis contratos firmados pela Eletronuclear. Os recursos eram desviados por meio de subcontratação fictícia de empresas de serviços e offshores, que por sua vez distribuíam os valores entre os investigados.

Segundo o Ministério Público Federal, a exigência de propina teve início logo após Othon Pinheiro assumir à presidência da estatal como contrapartida à celebração de novos contratos e ao pagamento de valores em aberto de contratos que se encontravam em vigor. Parte do esquema operou com empresas sediadas no Canadá, França e Dinamarca. O MPF já solicitou a cooperação internacional e irá compartilhar o material da investigação com o Ministério Público destes países.

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