Ex-presidente de Honduras é extraditado para os EUA por narcotráfico
O ex-presidente de Honduras, Juan Orlando Hernández (2014-2022), foi extraditado nesta quinta-feira, 21, para os Estados Unidos, onde será julgado por tráfico de drogas e poderá ser condenado à prisão perpétua.
Uma aeronave pertencente à agência antidrogas dos EUA, a DEA, decolou de uma base da Força Aérea de Honduras às 14h27 locais (17h27 de Brasília), com Hernández sob custódia a bordo, algemado e vestindo um casaco azul e jeans, verificaram jornalistas da Agência France-Presse.
Hernández, que liderou o governo hondurenho de 2014 até janeiro deste ano, estava preso desde 15 de fevereiro, quando foi detido na frente de casa, após uma solicitação feita pela justiça americana.
A chamada “Operação Libertação”, criada para enviar o ex-presidente aos EUA, foi montada com um rigoroso esquema de segurança, que contou com a participação de 800 a 1.000 policiais, segundo detalhou o ministro da Segurança de Honduras, Ramón Sabillón.
Hernández é o primeiro chefe de governo de Honduras a ter a extradição solicitada pelos EUA e ser encaminhado para julgamento no país, onde é acusado por três crimes associados ao narcotráfico e ao uso de armas para introduzir drogas no território da nação centro-americana.
De acordo com a embaixada dos EUA em Tegucigalpa, a quadrilha integrada por Hernández transportou cerca de 500 toneladas de cocaína, através de Honduras, para os Estados Unidos.
O ex-presidente é acusado de “conspiração para importar uma substância controlada”, que ele sabia ser ilegal no território americano; “fabricar, distribuir e possuir, com a intenção de distribuir” essa substância a bordo de uma aeronave no território americano.
Além disso, também há uma segunda acusação “por usar ou portar armas de fogo, ou ajudar e instigar o uso, o poder e a posse” de “metralhadoras e dispositivos destrutivos”.
Por fim, a terceira acusação se refere a uma “conspiração para usar ou portar armas de fogo, incluindo metralhadoras e dispositivos destrutivos, no apoio da conspiração para a importação de narcóticos”, segundo aponta a justiça dos Estados Unidos. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)