Ex-senador Joseph Lieberman, candidato a vice de Al Gore morre aos 82 anos

27/mar 22:16
Por Redação, O Estado de S. Paulo / Estadão

Morreu aos 82 anos o ex-senador dos Estados Unidos Joseph Lieberman, candidato a vice-presidente de Al Gore na eleição de 2000, quando os democratas foram derrotados por George W. Bush e Dick Cheney em disputa acirrada e decidida na Suprema Corte. Segundo o comunicado emitido pela família, ele teve complicações após sofrer uma queda.

“Sua amada esposa, Hadassah, e seus familiares estavam com ele quando ele faleceu”, disse o comunicado.

A chapa Lieberman-Gore conquistou uma estreita vitória no voto popular, mas a contagem de delegados do Colégio Eleitoral foi parar na Justiça. E a Flórida foi decisiva naquele ano.

Com a aparente vitória dos republicanos no Estado, Al Gore chegou a ligar para Bush e reconhecer a derrota. Mas a margem foi se estreitando drasticamente com a chegada dos votos de diferentes condados na apuração. O democrata então fez outro telefonema e voltou atrás. Os americanos ficaram por 36 dias sem saber quem seria o próximo presidente até que a Suprema Corte decidiu em favor de George W. Bush.

Na eleição seguinte, Lieberman tentou ser indicado como candidato do Partido Democrata à presidência, mas foi prejudicado pelo apoio à Guerra no Iraque, lançada por Bush, e não conseguiu ser nomeado.

Em 2008, rompeu com o partido e quase se tornou companheiro de chapa do republicano John McCain como independente. Segundo Steve Schmidt, que administrou a campanha, o republicano estava fortemente inclinado a escolher o amigo, mas recuou diante da pressão que sofreu dos conservadores pelo histórico liberal de Lieberman e decidiu apontar Sarah Palin como vice no último minuto.

Naquele ano, irritaria democratas ao provocar Barack Obama na convenção nacional do Partido Republicano, mas depois se reconciliaria e apoiaria Hillary Clinton e Joe Biden em disputas presidenciais.

Ao longo de sua trajetória política, foi eleito quatro vezes senador pelo Estado de Connecticut, sendo a primeira delas em 1988. Apesar do perfil independente, era elogiado por democratas por suas posições em pautas como os direitos da população LGBT, aborto e causas ambientais.

Depois de se aposentar do Senado, em 2013, ele reconheceu: “nem sempre se enquadrava confortavelmente nas caixas políticas convencionais”. Lieberman então seguiu ativo como advogado em Nova York.

Na última década, ajudou a liderar o No Labels, um movimento de centro que promete apresentar candidatos ainda não identificados para presidente e vice nas eleições deste ano. A ideia é criticada por grupos políticos alinhados como democratas que temem o impacto dessa “terceira via” na disputa e um possível favorecimento de Donald Trump. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

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