Ex-vereador preso há quatro meses deixa presídio

27/10/2017 10:46

 O ex-vereador Marcos Luiz Bernardes Souza, o Montanha (SD) foi solto na última quinta-feira depois de quatro meses de prisão. A soltura foi assinada pelo juiz da 2ª Vara Criminal Afonso Botelho, após expirar o prazo de 90 dias para o julgamento do caso, uma vez que Montanha foi preso de forma preventiva. A justiça também autorizou a soltura da esposa do ex-vereador, Rosangela de Souza. 

Montanha foi preso no dia 6 de junho, junto com outros 15 assessores – todos já foram soltos. O grupo é suspeito de peculato (desvio de dinheiro público), concussão (exigir vantagem em razão da função que exerce), associação criminosa e falsificação de documentos públicos. O ex-vereador é acusado de contratar funcionários fantasmas e de extorquir assessores, exigindo que devolvessem parte dos seus salários. “O juiz da 1ª Vara Criminal atendeu ao pedido que fizemos e assinou a soltura por excesso de prazo. Não há mais testemunhas a serem ouvidas e a justiça entendeu que não há risco de interferência no processo” explicou o advogado do ex-vereador, Matheus França, acrescentando que, agora, Montanha vai aguardar a audiência de instrução e julgamento, que ainda não foi marcada. Com a mesma justificativa, o advogado também conseguiu o relaxamento da prisão da mulher do ex-vereador.

Os investigadores chegaram até Montanha após denúncias de uma assessora. Ela procurou espontaneamente o Ministério Público Estadual e ofereceu informações sobre o esquema de corrupção dentro da Câmara Municipal. A assessora assinou um acordo de delação premiada e, a partir daí, as investigações começaram.

A assessora procurou o MPE após a prisão, em março deste ano, do ex-vereador Osvaldo do Vale, Vadinho (PSB), e cinco assessores. Todos também já estão soltos. Vadinho também foi liberado após a justiça aceitar um pedido de habeas corpus feito pela sua defesa, alegando idade avançada (ele tem 75 anos) e problemas de saúde.

Vadinho e seus assessores também respondem pelos mesmos crimes de Montanha e seu grupo: peculato, concussão, associação criminosa e falsificação de documentos públicos. O esquema de corrupção na Câmara de Vereadores vem sendo investigado desde o ano passado por uma força tarefa formada pelo Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro (MPERJ), Polícia Civil, Judiciário e, recentemente, pelo Grupo de Atuação Especial no combate ao crime organizado (Gaeco). O esquema foi denunciado por uma ex-assessora de Vadinho. Ela apresentou ao MPERJ documentos que comprovavam a extorsão.

Outro ex-vereador também preso por fazer parte no esquema de corrupção na Câmara Municipal é o Pastor Sebastião (PSC), detido em junho com mais dois assessores – Luis Carlos Soares Gomes e Ricardo Luis de Souza, ambos também pastores. O vereador e seus assessores foram indiciados pela Ministério Público Estadual pelos crimes de concussão, cometido 127 vezes e peculato, praticado 51 vezes. De acordo com o MPERJ, o vereador é acusado de causar um prejuízo de R$ 629 mil aos cofres públicos. 



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