Explosão e tremor sem explicação em bairro de Pedro do Rio
O tremor de terra sentido em diferentes pontos de Pedro do Rio no último fim de semana provocou rachaduras em residências da região. Entre elas uma casa do Alto Pegado, onde até um quadro que ficava na parede foi derrubado durante o abalo. Assustados, moradores querem respostas para as causas do tremor.
Como já noticiado pela Tribuna, o fato – um tanto quanto inusitado para a região – aconteceu por volta de 16h. Moradores não só do Alto Pegado como também da região conhecida como Cova da Onça, Chafariz, Retiro das Pedras, Sete Casas, Paiolinho e até de Sumidouro, em Itaipava, sentiram a terra tremer por pouco mais de um segundo. Em algumas dessas localidades, além do tremor foi ouvido um estrondo, parecido com o de um trovão, segundo moradores.
“Eu pensei que fosse um trovão. Só que foi um barulho de trovão vindo de baixo pra cima. Senti a parede tremer, depois o chão e foi passando como se fosse uma onda. Parece brincadeira mas na hora só Deus sabe o susto que levei. A gente nunca está esperando por isso”, relatou Sônia Regina Basilio da Silva, que mora no Alto Pegado. A filha de Sônia, Jade – de 16 anos, estava deitada no quarto quando o tremor aconteceu. Ela ficou ainda mais assustada depois que viu a parede rachando e o quadro que ficava pendurado na parede caindo ao chão. “Foi muito assustador. Tremeu tudo, o barulho foi alto, e o quadro caiu”, relatou Jade. No imóvel da família, os dois lados da parede que divide o quarto das crianças ficou trincado. Na parte de baixo da parede a fenda que se abriu chega a mais de cinco centímetros de espessura. “Desceu até um farelo da parede depois”, contou a moradora.
Sônia, que é empregada doméstica e tem uma filha especial, agora tem medo de ficar em casa. “Não que a estrutura esteja abalada, mas sim porque não quero sentir de novo aquilo. Fiquei com muito medo. A gente nunca sabe se vai acontecer de novo”, contou.
Segundo ela, um tremor semelhante, mas de menor magnitude foi sentido há pouco mais de um mês. “Todo mundo aqui em volta sentiu. Tremeu um pouco também. Não sei de onde vem isso. Só sei que é assustador”, completou Sônia.
Amanda Rovigatti, que mora a mais de um quilômetro da casa de Sônia, também sentiu o estrondo. “Nunca vi nem senti nada igual. Nem imaginaria que isso pudesse acontecer aqui. Pedro do Rio é tranquilo, e aqui no Brasil não tem terremoto, essas coisas assim. Então como a gente poderia imaginar que isso pudesse acontecer? Só Jesus!”, contou.
Sem explicações para o que teria causado o tremor, ficam apenas as especulações, e o medo, cada vez mais presente na vida dos pedrorrienses. “A gente sai na rua e cada um fala uma coisa. Uns dizem que era uma obra aqui embaixo. Outros dizem que foi uma explosão de dinamites em Areal. Aí lá embaixo disseram que poderia ser uma obra na rodovia. O problema é que tem várias especulações mas nenhuma delas comprovada. Não tem pistas nem provas de nada. Só queremos uma resposta, porque terremoto aqui não tem, e se fosse terremoto mesmo não seria sentido só em Pedro do Rio”, questionou Amanda.
A Concer chegou a ser questionada pela Tribuna, por conta de uma obra de contenção de encostas, realizada no km 49 da BR-040, bem próximo aos locais citados na reportagem. No entanto, a concessionária responsável pela autoestrada disse que nenhum tipo de intervenção com uso de explosivos está sendo realizada. E disse ainda que no dia do tremor não havia operários executando a obra de contenção.
Por conta das rachaduras na casa do Alto Pegado, Sônia, proprietária do imóvel, decidiu acionar a Defesa Civil, para buscar respostas sobre o ocorrido. “Eu não ia ligar porque teve gente que não me recomendou ligar, porque disseram que não resolveria nada. Mas fiquei preocupada demais com essas rachaduras, e com medo de acontecer de novo. Aí uma moça que trabalha comigo decidiu ligar para me ajudar", contou Sônia.
A Defesa Civil disse que o corpo técnico vistoriou o imóvel na tarde de ontem e verificou uma rachadura superficial na casa. Quanto ao relato de moradores acerca de tremores na região de Pedro do Rio, o órgão disse que acionou as Secretarias de Obras e Meio Ambiente.