Exposição Híbridas de Marcelo Lago no Rio

13/02/2020 15:49

O artista plástico, Marcelo Lago, radicado em Petrópolis, está com a exposição “Híbridas” na Casa de Cultura Laura Alvim, na cidade do Rio. Para o artista o local tem um apelo afetivo e de grande importância, pois foi onde ele fez a sua primeira instalação, em 1986, que permaneceu na fachada do local por quatro anos.

Marcelo Lago nasceu em Ipanema, sua avó morava ao lado da Casa de Cultura e seus amigos de teatro ensaiavam lá, quando ainda estava fechada com tapume. Trinta e quatro anos depois, Marcelo Lago retorna à Casa de Cultura e apresenta ao público um recorte da sua produção artística dos dois últimos anos. 

Com curadoria assinada por Sonia Salcedo del Castillo, as obras assemelham-se a espécies de alquimias, que transformam a articulação de múltiplos vocabulários materiais, heteróclitos, inclusive, em mediação acerca de uma natureza cíclica, inexplicável e transcendente.

Suas referências geométricas são rearranjadas, em sequencialidade, quer por meio de outros elementos geométricos, como se fossem expatriados da pintura, quer por elementos kitsch – à maneira de caminhos mundanos capazes de aspirar uma dada literalidade poética ou mesmo uma nostalgia histórica da arte, que, imaginariamente, nos remete às obras de Marcel Duchamp, Jasper Jonhs, Jeff Kunz ou Jonh Chamberlain…, como nos indica a curadora. 

Dentre esculturas, objetos e instalações que estão expostas, quatro séries se destacam: Poemas Topológicos, da série Energias, objetos de parede feitos em chapa de alumínio e pintadas com padrões listrados, que Marcelo amassa pontualmente. Os Quase Objetos, pinturas feitas com aerógrafo sobre tecido, que criam um efeito óptico de três dimensões. Os Derretidos, assemblages de objetos e figuras de plástico derretido, feitas com sobras de outros trabalhos, e os da série Energias Contundentes, duas esculturas de fibra de vidro, PVC e tinta automotiva, transpassadas por objetos de aço, que nos levam a pensar em ação e movimento.

Escultor carioca que participou da icônica exposição “Como Vai Você Geração 80?”, na EAV do Parque Lage, Marcelo Corrêa do Lago (1958) dá continuidade a uma geração de escultores do Rio. Suas peças se integram à paisagem urbana, como “Intervenção Vermelha”, grande tubo de aço pintado que durante quatro anos “abraçou” toda a fachada da Casa de Cultura Laura Alvim , na praia de Ipanema, ou o “Grande Painel Azul” que foi feito para sua primeira exposição, no Paço Imperial, mas que a pedido de seu diretor, Lauro Cavalcante, ficou instalado no atrium por 12 anos. Tem trabalhos permanentes também no jardim da PUC Rio, na Praça Paris, Centro do Rio,onde permaneceu por três anos, no metrô Barra Funda, em São Paulo, no Museu da República, em Brasília, e, no jardim do Museu Mineiro, em Belo Horizonte.

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