Exterior, arrecadação forte no Brasil e setor de commodities impulsionam alta do Ibovespa

22/fev 11:49
Por Maria Regina Silva / Estadão

O apetite por risco internacional e o resultado forte da arrecadação de impostos federais em janeiro estimulam alta do Ibovespa na manhã desta quinta-feira, 22. Os ganhos nos mercados de ações externos são influenciados pelo balanço da Nvidia, que trouxe resultados recordes na quarta-feira à noite. Como o Índice Bovespa tem poucas ações ligadas a tecnologia, a elevação é limitada.

Apesar do recuo do petróleo e de 1,49% do minério de ferro, em Dalian, na China, as ações ligadas aos respectivos segmentos sobem em sua maioria.

Por volta das 11h20, Vale subia 1,46%, diante da expectativa do balanço da mineradora, que será divulgado hoje após o fechamento da B3. Petrobras ON avançava 0,39%. PN cedia 0,09%. Ontem, o índice Bovespa fechou em alta de 0,09%, aos 130.031,58 pontos, pelo quinto pregão seguido de ganhos.

Nesta manhã, a Receita informou que a arrecadação de impostos e contribuições federais somou R$ 280,636 bilhões em janeiro de 2024, uma alta real (descontada a inflação) de 6,67% na comparação com o resultado de janeiro de 2023. Em relação a dezembro de 2023 a arrecadação avançou 20,86%, em termos reais. De acordo com a Receita, esse é o melhor resultado para um mês, e não apenas para os meses de janeiro, em termos reais, em toda a série histórica iniciada em 1995.

O resultado das receitas veio acima da mediana das expectativas das instituições ouvidas pelo Projeções Broadcast, que era de R$ 277 bilhões. Com isso, alivia momentaneamente as preocupações dos investidores em relação às contas públicas, mas não descarta a possibilidade de mudança da meta fiscal em algum momento.

“O desempenho da arrecadação em janeiro é positivo, mas não elimina a incerteza fiscal. Não é tão relevante para conduzir a Bolsa”, avalia Lucca Ramos, sócio da One Investimentos.

Hoje, os investidores vão seguir monitorando os debates sobre os temais envolvendo o fiscal. Nesta quinta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se encontrará com o presidente da Câmara, Arthur Lira, e líderes para tratar da agenda econômica.

Ontem, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou que o governo deve acatar a proposta do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para dividir os conteúdos da medida provisória (MP) que propôs a reoneração gradual da folha de pagamento, enviando ao Congresso projeto de lei com urgência constitucional.

Nos Estados Unidos, o foco são comentários de vários dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), um dia após a divulgação da ata de política monetária de janeiro reforçar cautela e as apostas de inicio de queda dos juros nos EUA em junho.

Para o Bradesco, os receios do Fed em iniciar o processo de afrouxamento monetário muito cedo se justificam pela evolução ainda resiliente da atividade econômica e as incertezas a respeito da consistência do processo de convergência da inflação para a meta de 2%.

“Vamos ver se haverá novidades nas falas dos diretores do Fed hoje, pois o mercado está bem atento ao comportamento da inflação americana. Aparentemente, não devem trazer novidades”, diz o sócio da One Investimentos.

Às 11h26, o Ibovespa subia 0,42%, ao 130.582,81 pontos, após avançar 0,61%, na máxima aos 130.829,45 pontos.

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