Falta de acessibilidade até nas ruas do Centro

05/11/2017 08:30

Pode não parecer, mas a falta de acessibilidade em Petrópolis não se resume apenas aos distritos e bairros distantes. Até mesmo o centro histórico, tão importante economicamente para o município, não tem estrutura suficiente para dar mobilidade aos portadores de necessidades especiais. 

O cirurgião dentista Felipe Yoshinaga, de 33 anos, conhece bem a rotina dura dos cadeirantes. Ele, que mora no Retiro e trabalha no Centro, enfrenta diariamente os obstáculos da falta de estrutura e também do desrespeito por parte da população, que acaba atrapalhando ainda mais os portadores de necessidades especiais. 

Rampas íngremes, postes no meio da calçada, passeios estreitos e meio fio alto, esses são apenas alguns dos problemas mais comuns em pleno Centro da cidade. E um dos piores pontos é a calçada que dá acesso ao mais importante ponto turístico: o Museu Imperial. “Aqui em Petrópolis você não consegue se locomover numa cadeira de rodas. Sempre precisa da ajuda de alguém. Seja para tirar a cadeira do carro, para subir numa calçada alta. E às vezes nem com ajuda de terceiros dá para fazer isso. É preciso dar voltas e voltas até conseguir subir numa calçada. No próprio Museu Imperial é assim”, explicou Felipe. 

Entre os lugares com pouca acessibilidade estão as ruas Ipiranga, Paulo Barbosa, a própria Rua do Imperador, a rua da Imperatriz, Irmãos Dângelo, Prudente Aguiar, e o entorno do Bosque do Imperador. “Aqui perto do Bosque até colocaram algumas rampas, mas muitas delas não servem para a gente”, contou Yoshinaga. No ponto de ônibus que fica atrás do Colégio Cenip, a rampa tem um ressalto de mais de 15 centímetros que não permite a passagem de uma cadeira de rodas sem ajuda de terceiros. “É muito difícil. Muito mesmo”, completou. 

Para os portadores de necessidades especiais, além da falta de estrutura falta também educação. “As pessoas não respeitam os deficientes. Acham que podem estacionar nas nossas vagas em qualquer hora. E até os idosos não nos respeitam. Eles param nas vagas e ficam o dia  todo”, disse Douglas Mattos, que trabalha numa empresa multinacional localizada no Quitandinha.

O número de vagas prioritárias no estacionamento rotativo também é considerado baixo. “Além de serem desrespeitadas elas são poucas comparadas às nossas necessidades”, contou. 

Para Douglas, por incrível que pareça, o Centro é um dos pontos mais críticos da cidade e o maior obstáculo é a falta de educação. “Não tem acessibilidade direito. Você para o carro e não consegue sair. Você quer ir em um lugar e não consegue. É muito difícil mesmo. Precisamos ser respeitados e não é só isso. Tem que ter fiscalização – um poder público presente de verdade, porque não estão fazendo nada!”, concluiu.





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